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A Bovespa ensaiou um movimento de correção nesta terça-feira (5), mas o cenário externo adverso tirou o ânimo dos investidores. A Bolsa paulista fechou no menor patamar desde outubro de 2011, abaixo dos 53 mil pontos. Com isso, ampliaram as apostas de que o índice deve engrenar um movimento de queda mais consistente nas próximas sessões.

O Ibovespa fechou em baixa de 1,75%, a 52.481 pontos. Pela manhã, o Ibovespa chegou a subir 0,94%, na máxima diária, a 53.917 pontos.

"O mercado já mostrava clara tendência de queda, mas perdendo os 53 mil pontos essa tendência se torna ainda mais forte e o índice passa a mirar o próximo suporte, nos 49.400 pontos", disse o analista técnico Daniel Marques, da corretora Ágora. Atingir esse patamar implicaria em uma queda adicional de 6,25%, considerando o fechamento desta terça-feira.

O giro financeiro do pregão foi de apenas R$ 5,05 bilhões. Segundo Marques, esse fato limitou a perda do Ibovespa na sessão.

"A venda hoje seria muito mais catastrófica se a perda de suporte fosse apoiada por um volume financeiro maior. O que eu não estava entendendo hoje é porque a Bolsa estava subindo de manhã, se o cenário continua ruim e pessimista lá fora. À tarde o Ibovespa acelerou a queda, mas se a gente perguntar: 'saiu alguma coisa que justifique'? Sim, saiu comprador da Bolsa e sobrou só gente querendo vender", disse o operador Luiz Roberto Monteiro, da Renascença.

Pela manhã, o ministro do Tesouro da Espanha, Cristóbal Montoro, expressou temor de que seus altos yields se traduzam em perda de acesso aos mercados de crédito pela Espanha e sugeriu que a União Europeia ajude o governo espanhol a recapitalizar seus bancos endividados.

Além disso, a teleconferência dos líderes do G7 não trouxe anúncio de medidas concretas contra a crise na zona do euro, conforme especulava o mercado. Investidores aguardam o discurso do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, na quinta-feira.

Em Wall Street, o índice Dow Jones fechou em alta de 0,22%, com os dados levemente melhores que o esperado do setor de serviços dos Estados Unidos. Mais cedo, o principal índice de ações europeias teve alta de 0,33%.

"Em um cenário onde existe pouco dinheiro de brasileiros na bolsa deixa a Bovespa muito vulnerável a fluxos de capital externo. Que é um dinheiro covarde, que ao primeiro prenúncio de chuvas e trovoadas sai correndo e volta para seu dono", disse o analista-chefe da Gradual Corretora, Paulo Esteves.

"Isso explica porque a Bolsa brasileira cai até mais que as Bolsas no epicentro da crise europeia."

Dos 68 ativos que compõem o Ibovespa, 60 fecharam em queda hoje, liderados por B2W, que caiu 8,35%, a R$ 5,05. Na noite da véspera, a empresa informou que seu Conselho de Administração aprovou a emissão de R$ 300 milhões em debêntures simples.

A OGX teve queda de 6,22%, a R$ 9,19 -a maior contribuição para a queda do Ibovespa, seguida pela preferencial da Petrobras, que recuou 1,62%, a R$ 18,80. Ainda entre as blue chips, a preferencial da Vale caiu 0,19%, a R$ 35,95.

Em sentido contrário, Marfrig teve a maior alta do índice, com avanço de 3,66%, a R$ 8,78, seguida por Cielo, que subiu 1,93%, a R$ 55,55.

O dólar comercial é cotado a R$ 2,017, em queda de 1,71% para venda. A moeda norte-americana registra uma alta acumulada de 2,5% no mês e de 10,7% no ano.

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