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A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) interrompeu pela segunda vez os negócios na manhã desta segunda-feira (6), após atingir queda de 15%, às 11h44. Às 10h18, o Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, atingiu queda de 10% e interrompeu os negócios pela primeira vez, acionando o circuit breaker, mecanismo que controla a oscilação dos indicadores.

Pelas regras da Bovespa, os negócios devem ser retomados às 12h44, meia hora após sua interrupção.

Na última segunda-feira (29), uma queda acentuada também disparou o circuit breaker na Bovespa, pela primeira vez em quase dez anos. A última vez em que a ferramenta fora usada foi em 14 de janeiro de 1999, na véspera da adoção do câmbio livre no país.

Nos mercados de todo o mundo, temores sobre a saúde econômica da Europa deixam em segundo plano o alívio provocado pela aprovação, pelos Estados Unidos, do plano de US$ 700 bilhões em ajuda aos bancos.

Lá fora

Na Europa, as bolsas operam com fortes quedas. Na Ásia, o dia foi de perdas. Por volta das 10h (horário de Brasília), a bolsa de Londres recuava 4,85%. Na França, o índice CAC tinha queda de 5,21%, enquanto a bolsa de Frankfurt caía 4,94%. Na Espanha, o Ibex recuava 3,57%. Na Suíça, a queda era de 4,30%.

Na Rússia, as duas Bolsas de Moscou, suspenderam suas cotações após quedas superiores a 14% e 15%, respectivamente.

Na Ásia, o índice Nikkei 225 da Bolsa de Tóquio, no Japão, terminou o pregão em baixa de 4,25%, seu pior desempenho desde 12 de fevereiro de 2004. O índice Kospi da Bolsa de Valores de Seul, na Coréia do Sul, concluiu a sessão no negativo: 4,3%. Em Hong Kong, o índice referencial Hang Seng terminou em queda de 4,97%. A Bolsa de Taipei perdeu 4,12%, e ainda encerraram no vermelho: Filipinas, com 2,6%; Sydney, 1,3%; e Nova Zelândia, 3,27%.

Crise européia

Os mercados olham com desconfiança os indícios de crise na Europa. No domingo, o governo e os bancos da Alemanha chegaram finalmente a um acordo para a criação de um plano de 50 bilhões de euros para evitar a quebra do banco de hipotecas Hypo Real State (HRE). No mesmo dia, o governo anunciou que garantirá integralmente correntistas e poupadores particulares.

A Alemanha se une assim a Irlanda e Grécia na proteção total das contas de correntistas particulares, uma das iniciativas mais importantes do poder público para conter a crise até agora. Áustria e Dinamarca também anunciaram neste domingo que garantirão os depósitos particulares, enquanto na Inglaterra vozes já se levantam pedindo medida semelhante por parte do governo.

A Alemanha, maior economia européia, tenta prevenir as imprevisíveis conseqüências da bancarrota do Hypo, cujos ativos chegavam a 400 bilhões de euros no final de 2007. Uma primeira tentativa de plano de resgate da instituição fracassou no sábado.

Sexta-feira

Já na semana passada, a aprovação do pacote de ajuda de US$ 700 bilhões a bancos pelos EUA não garantiu um pregão tranqüilo à Bovespa. A bolsa fechou no menor patamar de pontos de 2008, com queda acumulada é de 30,3% neste ano.

Além de ser o mais baixo do ano, o patamar atingido pelo Ibovespa na sexta-feira (3) foi também o mais baixo desde março do ano passado - portanto, o pior em 19 meses.

De acordo com Pedro Galdi, da corretora SLW, a reação negativa após a aprovação do pacote foi exagerada. "A reação (queda) foi um grande exagero, assim como foi um exagero a baixa de segunda e tem sido o comportamento do mercado recentemente", avaliou. Galdi acredita que a fonte do mau humor dos investidores ainda é a incerteza em torno de como o plano de ajuda será colocado em prática.

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