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Os moinhos brasileiros deverão intensificar suas sondagens para negócios e compras de trigo de países não integrantes do Mercosul, especialmente da América do Norte, nas próximas semanas, disseram fontes do mercado brasileiro.

Tradicionalmente, o Mercosul é fornecedor dominante para o Brasil, mas neste ano o país terá que buscar o cereal no hemisfério norte em maiores volumes, após uma quebra da safra local e na Argentina - o país vizinho, que exportou em 2012 quase 80% de todo o trigo comprado pelos moinhos brasileiros, terá menos disponibilidade em 2013.

"Vamos ver alguns negócios de trigo dos EUA no início de março. As outras compras vão ser feitas na sequência", disse um corretor no Rio Grande do Sul, que pediu para não ser identificado.

Um primeiro negócio, porém, já teria ocorrido, disseram fontes comerciais na noite de quinta-feira, em Chicago. Uma empresa no Brasil teria comprado pelo menos 100 mil toneladas de trigo duro de inverno.

Esse volume é relevante perto das 55 mil toneladas de trigo dos EUA comprado pelo Brasil em todo o ano de 2012, segundo dados do Ministério da Agricultura brasileiro. O Canadá, que também poderá vender alguns carregamentos neste ano, praticamente não exportou ao país no ano passado.

Com a escassez no Mercosul, o mercado estima que o Brasil comprará pelo menos 1 milhão de toneladas de trigo do hemisfério norte, após o governo brasileiro ter isentado, no início do mês, a tarifa de importação de 10% para trigo de fora do Mercosul.

"Um milhão (de toneladas) vem fácil...", afirmou o corretor.

As importações totais anuais do Brasil estão estimadas em 7 milhões de toneladas pelo governo, 1 milhão de toneladas a mais na comparação com a temporada passada.

A isenção tarifária para trigo de fora do Mercosul vale inicialmente para uma cota de 1 milhão de toneladas, de abril a julho -dentro do bloco comercial sul-americano os moinhos tradicionalmente não pagam tarifas de importação de trigo.

A negociação de 100 mil toneladas de trigo dos EUA para o Brasil, citada por fontes comerciais norte-americanas, deverá ter desembarque a partir de abril - sem tarifa, portanto.

A maior parte do volume a ser importado do hemisfério norte viria para o Nordeste, onde os moinhos têm menores custos de frete pela maior proximidade com a América do Norte.

"Devem começar olhar alguma coisa (negócios) a partir da próxima semana", afirmou um outro corretor, no Paraná.

A fonte lembrou que os moinhos, antevendo a quebra de safra no Mercosul, buscaram fazer estoques e, de uma maneira geral, estão com os silos cheios pelo menos até abril. Somente por isso as buscas pelo cereal norte-americano não estão mais ativas no momento.

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