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A China tem surpreendido o mundo com o salto de seus investimentos produtivos no exterior. Mas o Brasil parece estar fora desse movimento. A relação bilateral tem de fato se intensificado, só que basicamente no âmbito comercial. Enquanto os chineses absorvem cerca de 10% das exportações brasileiras, puxadas por soja e minério de ferro, o investimento direto em solo nacional é exíguo, apesar dos esforços de aproximação.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as vendas para a Ásia (leia-se China) aumentaram 4,2% nos nove primeiros meses de 2009, colocando a região na primeira posição de mercado comprador, superando a União Europeia. No ano passado, a China comprou do Brasil US$ 16,4 bilhões.

Já em investimento direto, os últimos dados disponíveis do Banco Central mostram que a posição de estoque da China no Brasil não passava de US$ 238,7 milhões até abril, segundo levantamento do economista Luís Afonso Lima, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica, a Sobeet.

O valor real, na verdade, seria uma incógnita, já que muito dos recursos que ingressam da China no Brasil podem vir por meio de terceiros países. Mas mesmo que seja o dobro do que registra o Banco Central, o valor é "irrisório", segundo o secretário executivo do Conselho Empresarial Brasil-China, Rodrigo Maciel. "Apesar de ser relativamente nova no cenário, a China já tem um perfil de investidor mundial", ressalta.

No ano passado, a República Popular da China respondeu por 2,8% dos fluxos globais de investimentos diretos, o que correspondeu a US$ 52 bilhões, mais que o dobro do registrado em 2007. Desse montante, o Brasil recebeu menos de US$ 38 milhões de recursos produtivos.

Na verdade, disse Lima, o IED chinês ainda é muito regional, concentrando-se na Coreia do Sul, no Japão e Vietnã. Fora da Ásia, o foco são os países africanos. Na África, a China tem entrado forte em ativos de petróleo.

Missão

Hoje chega ao Brasil uma missão de 350 empresas de diversos setores, sendo que 125 são potenciais investidores tanto no setor produtivo quanto no financeiro. O Brasil tem commodities a oferecer aos chineses: minério de ferro, soja e outros grãos, petróleo e biocombustíveis. O grande entrave para o investimento, segundo Maciel, é que o Brasil ainda é desconhecido dos chineses. "O comércio cresceu, mas o que precisamos agora é oferecer a eles um fluxo de projetos de investimentos, com estudos de viabilidade e financiamento", diz.

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