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No terceiro trimestre do ano, o número de telefones móveis no Brasil cresceu 22,9%, quando comparado com o mesmo período de 2007, chegando a 711 terminais por mil pessoas. O total de computadores avançou 22,6%, alcançando 213 unidades por mil pessoas. Mesmo assim, o Brasil ficou em quinto lugar entre seis países latino-americanos no Índice da Sociedade da Informação (ISI), medido pela Universidade de Navarra e pela consultoria espanhola Everis. Antes, estava em último, atrás da Colômbia.

O País registrou 4,52 pontos no indicador, que tem uma escala de zero a dez, ficando abaixo da média da América Latina, que é de 4,68 pontos. O cálculo do ISI leva em conta fatores tecnológicos, como investimentos no setor e número de telefones e computadores, e de entorno, como inflação, risco país, renda per capita, eficiência energética e desemprego.

A inflação anualizada de 6,2% no terceiro trimestre prejudicou o Brasil no bloco dos indicadores gerais. Nessa área, houve impacto positivo da melhora da nota de risco do País pela Standard & Poor’s e da queda do desemprego, de 9,3% para 7,7%.

"No último ano, o Brasil evoluiu muito", afirmou Teodoro López, sócio responsável por Telecomunicações da Everis Brasil. Apesar da colocação no ranking, o País teve o maior avanço no ISI, com um aumento de 4,1% na pontuação, acima da média de 1,8% da América Latina. A previsão para o terceiro trimestre do ano que vem é que o avanço brasileiro desacelere, apesar de ainda ficar acima da média da região.

A desaceleração esperada é reflexo da crise. "O Brasil vai continuar crescendo, mas num ritmo menor", afirmou López. "Perto da situação de crise da Europa, o Brasil é um oásis." O consultor apontou o País como a grande aposta da Everis, e se disse otimista. "Mas há um ano achávamos que a crise ia ser menor na Europa."

López disse que, no mercado brasileiro de tecnologia, ele enxerga hoje mais um temor do que pode acontecer do que problemas concretos acontecendo. Ele apontou, por exemplo, que os investimentos em terceira geração de telefonia celular (3G) continuarão no próximo ano, tanto por causa das obrigações contratuais das operadoras quanto pela própria dinâmica da competição. "Quem não investir em 3G ficará fora do mercado."

Os números divulgados pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) na quinta-feira já mostraram uma desaceleração na venda de computadores, com o impacto da valorização do dólar e do aperto do crédito no quarto trimestre. A estimativa da associação é de venda de 12 milhões de computadores pessoais este ano.

O número anterior era de 13 milhões e as empresas chegaram a cogitar de mudá-lo para 14 milhões, antes de a crise aportar no País. Mesmo assim, o avanço foi de 20% sobre o ano anterior.

Este ano, a indústria brasileira de celulares produziu 76 milhões de unidades, um crescimento de 12% em relação a 2007. Do total, 26 milhões foram exportados.

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