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Genebra – O Brasil é sexto maior usuário de internet no mundo em termos de total de população que acessa a rede. Os dados foram divulgados ontem pela Organização das Nações Unidas (ONU) às vésperas da conferência que ocorrerá no Rio de Janeiro na semana que vem e que discutirá o futuro da internet. O Brasil espera que o encontro sirva para redefinir a administração da rede e que as decisões sobre o controle da internet não se limitem apenas a uma entidade americana, a Icann.

Segundo os dados da ONU, 39 milhões de pessoas são usuárias da rede mundial de computadores no Brasil. O país supera o Reino Unido, França e Itália no total de internautas.

A liderança é dos Estados Unidos, com 210 milhões de usuários. A China vem em segundo lugar, com 162 milhões. No Japão são 86 milhões, contra 50 milhões na Alemanha e 42 milhões na Índia.

Segundo a ONU, hoje há 1,2 bilhão de pessoas com acesso à rede em todo o mundo. Isso significa que mais de um sexto da população do planeta já conta com a tecnologia, ainda que a distribuição seja desigual. Há dez anos, eram apenas 70 milhões de usuários.

Apesar da posição brasileira, em termos porcentuais o país ainda está distante dos líderes, com apenas 21% da população conectada, contra 69% nos Estados Unidos.

Mas ainda assim a posição de destaque do Brasil repercute no número de usuários que usam o português em suas comunicações na rede. Segundo a ONU, a língua é a sétima mais usada na internet, superando inclusive o árabe, uma das línguas oficiais da ONU. O inglês é a língua mais usada na rede, com 365 milhões de usuários, contra 184 milhões em chinês e 101 milhões em espanhol.

Soberania

Apesar de China, Índia e Brasil já contarem com um número significativo de internautas, a realidade é que politicamente esses países ainda dependem de decisões que são tomadas sem que sejam consultados. No evento que ocorre no Rio de Janeiro, a esperança do governo é começar a reverter esse cenário, propondo algum mecanismo para que os governos sejam ouvidos nas decisões relativas à internet.

Os Estados Unidos, porém, rejeitam qualquer tipo de mudança mais profunda na gestão da rede, temendo perder o controle e ainda permitir que países "não democráticos" tentem censurar certos conteúdos.

Para Markus Kummer, coordenador do Fórum de Governança da Internet, dificilmente a reunião do Rio de Janeiro conseguirá modificar o atual cenário. "As posições de cada governo e ator são conhecidas e não vejo como isso possa ser mudado por enquanto", disse. Segundo a ONU, a reunião levará ao Rio 2 mil pessoas.

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