O Brasil possui três "bônus" que permitem proteção em relação a um eventual agravamento da crise na Europa, avalia o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi. São eles: a taxa de juros, os depósitos compulsórios e as reservas internacionais. Ou seja, em caso de necessidade, o Banco Central tem espaço para relaxar mais a política monetária e conta com recursos disponíveis para serem usados se o comércio externo precisar.
"A liquidez interna e externa e os juros são três pilares que dão condições excepcionais para o governo", disse. No cenário externo, a renegociação da dívida da Grécia desponta como o principal risco no curto prazo. Na avaliação de Trabuco, "está na cabeça de todos" a responsabilidade nesse processo, pois uma solução negociada é melhor que um rompimento. Segundo o executivo, em eventos desse tipo, as negociações são mesmo longas.
"Tem de ser um processo trabalhoso para que o renegociado valorize o que está recebendo", afirmou. Da mesma forma, o tamanho da perda líquida para os credores privados (haircut) precisa estar num nível de "conforto", para que não passe a impressão de que o devedor levou vantagem.
Para ele, o mundo não possui problema de liquidez hoje, e sim de dívida soberana em países desenvolvidos. "A liquidez quer e vai trabalhar", afirmou. "O Brasil vai se aproveitar da liquidez internacional como poucos no mundo". Trabuco acredita que, em cinco a dez anos, o real será visto como uma das moedas de reserva. "A crise no mundo contribui para diferenciar um país emergente que teve compromissos e coerência". Trabuco participa do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.
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