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Brasília - A queda nas exportações brasileiras chegou a 22,2% no primeiro semestre deste ano, comparada a igual período do ano passado, mas as importações caíram ainda mais (28,9%), o que permitiu ao país um saldo comercial de US$ 13,987 bilhões de janeiro a junho, com aumento de 23,8% sobre o acumulado do primeiro semestre de 2008.

"Foi um desempenho bem melhor do que as projeções pessimistas do início do ano, sob o impacto da crise financeira internacional", disse o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral. Embora a corrente de comércio seja menor, ele entende que, "na realidade, o Brasil tem mostrado recuperação de seu comércio exterior; principalmente de maio para cá".

Barral afirmou, porém, que o desempenho das exportações brasileiras depende muito da recuperação dos parceiros comerciais, que têm comprado menos que nos anos anteriores. Ele disse esperar que, com a diversificação da pauta de produtos exportáveis e dos parceiros comerciais, a recuperação possa ser "mais rápida".

O secretário informou que houve queda das exportações brasileiras para todos os blocos comerciais, com exceção da Ásia, para onde o Brasil vendeu 15,8% a mais que no primeiro semestre de 2008. O crescimento foi puxado principalmente pela China, que aumentou em 42,3% as compras de produtos brasileiros no período, firmando-se como principal parceiro individual do Brasil.

A China importou US$ 10,455 bilhões em produtos brasileiros, à frente dos Estados Unidos que, no mesmo período, compraram US$ 7,307 bilhões. Os Estados Unidos reduziram as importações brasileiras em 43,3% na comparação semestral, por ter sido o país mais afetado pela crise mundial, que se deteriorou a partir de setembro do ano passado.

De acordo com Barral, "a situação mais preocupante" para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, é o comércio com a Argentina, uma vez que as exportações para o país vizinho caíram de US$ 8,589 bilhões, no primeiro semestre do ano passado, para US$ 4,936 bilhões no primeiro semestre deste ano, uma queda de 42,1%.

Barral disse que houve queda acentuada, de 40,3%, das exportações brasileiras para países do Mercosul, e a Argentina, particularmente, segundo ele, teve retração acentuada de demanda interna para itens específicos como automóveis, têxteis, calçados, eletrodomésticos e móveis, dentre outros. Mas a redução das importações argentinas está relacionada também com a edição de barreiras comerciais, no final de 2008.

Ao comentar as queixas de setores exportadores nacionais, prejudicados com a política comercial argentina, Barral salientou que "o Brasil tem interesse no desenvolvimento conjunto e harmônico com seus parceiros, em bases recíprocas". Ele negou, contudo, qualquer possibilidade de retaliação a respeito, afirmando que "qualquer decisão brasileira que envolva o Mercosul nunca será tomada de afogadilho", mas sim em "alto nível". O secretário referia-se à Câmara de Comércio Exterior (Cacex), formada por ministros de Estado.

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