Curitiba Se o Brasil é destaque no mercado mundial da madeira, nada mais justo que um brasileiro comande uma entidade internacional do setor madeireiro. Sérgio Korn, um paulista que está morando nos Estados Unidos desde 1993, é o novo presidente da Associação Internacional de Produtos de Madeira, com sede nos Estados Unidos. Por dois anos ele estará à frente da entidade, que congrega 280 empresas de 15 países que exportam madeira e produtos derivados para o país norte-americano.
Balança comercial
No ano passado, os Estados Unidos importaram US$ 22 bilhões em madeira serrada e beneficiada. Parte desse volume US$ 1 bilhão saiu do Brasil, desconsiderando o valor referente a móveis prontos. Segundo Korn, o país é o segundo maior exportador de madeira do mundo, atrás apenas da China. Segundo o presidente, o país oriental compra o produto brasileiro, beneficia e depois vende a preços mais baixos. "Esta conduta dos chineses tem atrapalhado muito os negócios de exportadores brasileiros", reclama.
Segundo o presidente, no caso específico do compensado de pinus o Brasil está no topo da lista de exportadores, tendo ultrapassado o Canadá. Korn lembra que em 2001, o país exportou US$ 24 milhões desse tipo de madeira. Em 2004, foram US$ 289 milhões ou seja, registrou um crescimento de mais de 1000%. No caso do compensado tropical, em 2001 as exportações brasileiras somaram US$ 71 milhões, passando para US$ 135 milhões no ano passado. Ou seja, neste caso o aumento registrado foi de 90%.
Outro segmento em que, segundo o presidente, o Brasil tem apresentado bom desempenho no mercado externo é o de móveis. De acordo com Korn, o Brasil ocupa hoje a nona posição na importação americana do segmento. Em 98, o país exportou US$ 49 milhões em móveis para dormitório, salas de jantar e estantes de todos os tipos, só para os Estados Unidos. No ano passado, houve um salto para US$ 281 milhões. Em relação aos números chineses, no entanto, o valor deixa muito a desejar. Em 2004, por exemplo, a China exportou US$ 6,2 bilhões dos US$ 14,5 bilhões importados pelo país norte-americano.
Apesar da série de crescimentos, o presidente da associação reconhece que o setor madeireiro no Brasil está se ressentindo da valorização do real em relação ao dólar. Korn admite que, com a moeda norte-americana cotada abaixo de R$ 3, o exportador nacional de madeira está sendo prejudicado. "Na madeira compensada tropical os chineses passaram a dominar o mercado em função do câmbio deprimido no Brasil", afirma.
Como presidente da entidade, Korn espera ver um número maior de empresas brasileiras participando do processo de modernização do setor, investindo mais na área de formação de mão-de-obra, aprimorando a qualidade dos produtos e mantendo maior contato com compradores do mercado externo. O executivo também dirige uma trading na cidade de Los Angeles (EUA).
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