Carteira de trabalho. Emprego formal.
Reajuste salarial mediano ficou 1,8 ponto porcentual abaixo da inflação em outubro. Foi a maior perda real desde o início do ano.| Foto: Geraldo Bubniak/AENPR

A grande maioria dos reajustes salariais com data-base em outubro ficou abaixo da inflação, com perda no poder de compra do trabalhador.

Segundo o boletim Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), 70,1% das negociações coletivas do mês perderam para o INPC acumulado em 12 meses. Em 17,5% das negociações, o aumento de salário foi igual à inflação acumulada, e apenas 12,4% terminaram com ganho real, superior ao índice de preços.

O reajuste mediano no mês foi de 9%, 1,8 ponto porcentual abaixo do INPC acumulado em 12 meses (10,8%). Trata-se de uma piora em relação aos meses anteriores. Entre janeiro e setembro, os resultados reais variaram de zero (reajuste mediano igual à inflação) até -1,5 ponto porcentual.

Em termos reais (isto é, descontado o índice de preços), os ajustes foram nulos ou negativos em todas as atividades e em todos os estados, informa o boletim.

Os dados das negociações coletivas são extraídos da página Mediador, do Ministério da Economia, onde são depositados todos os acordos e convenções coletivas de trabalho.

Segundo o Salariômetro, as projeções indicam que o INPC tende a ficar entre 10% e 11% até maio do ano que vem, o que sugere que os reajustes continuarão magros no ano que vem. Para a data-base de novembro, os bancos Itaú e Santander preveem 11,5%. Para dezembro, o Santander prevê 10,7% e o Itaú, 11,3%.