ajuste fiscal Paulo Miguel
Paulo Miguel, diretor de investimentos e sócio do JBFO| Foto: Divulgação/JBFO

Um novo ajuste fiscal será necessário a partir de 2023, independente de quem for eleito presidente, apontam especialistas do Julius Baer Family Office (JBFO). Segundo eles, o encaminhamento de soluções para os problemas com os gastos e a dívida pública serão cruciais para quem for ocupar o Planalto. “Se não houver indicações de que isto ocorra, o futuro governo não terá sucesso”, aponta Paulo Miguel, diretor de investimentos da instituição.

Ele lembra que a matemática da dívida pública é desafiadora para 2022. Atualmente, ela está em 83%, segundo o Banco Central (BC). E há pressões com vindas do aumento dos precatórios – ordem judicial para que a União inclua no Orçamento o valor necessário ao pagamento de débitos -; do Auxílio Brasil, o programa de transferência de renda que vai substituir o Bolsa Família; e do Orçamento que está em tramitação.

Essas incertezas estão contribuindo para manter a inflação pressionada. Nos últimos 12 meses, ela superou os 10%. E já contamina as projeções para 2022 e 2023. Este cenário obriga o Banco Central a aumentar os juros. A expectativa é de que a Selic encerre o ano em 9,25%, segundo o relatório Focus.