Sede do Banco Central, em Brasília.
Sede do Banco Central, em Brasília.| Foto: Leonardo Sá/Agência Senado

Ao elevar a taxa Selic pela primeira vez em quase seis anos, o Banco Central acabou com o juro real negativo, isto é, abaixo da inflação. Com a alta, o Brasil subiu da 9.ª para a 6.ª posição do ranking dos juros reais. Os cálculos são da gestora Infinity Asset Management, que acompanha as taxas de 40 países.

Com a alta na Selic, o juro brasileiro agora é de 0,76% ao ano em termos reais, descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses. Acima do Brasil estão Turquia (juros reais de 8,26% ao ano), Indonésia (1,66%), Rússia (1,31%), China (1,03%) e México (0,84%).

Dos 40 países do ranking, 33 ainda têm taxas reais negativas. A média é de -1,17% ao ano. A comparação entre juro nominal e inflação leva a resultados curiosos. A Argentina, por exemplo, tem a maior taxa nominal, de 38% ao ano. Mas, quando se considera a inflação, o juro real argentino é negativo. E, aliás, o menor da lista: -12,24% ao ano.

A taxa que a Infinity usa para calcular o juro real é o Swap DI Pré de um ano, e não a Selic nominal. O objetivo, segundo a gestora, é "explicitar uma taxa 'a mercado', ou seja, um referencial do que seriam os juros dados ou tomados numa operação real e não o referencial das taxas nominais aplicadas pela Selic".