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A Abrava criticou as medidas propostas pelo governo para tentar conter a alta do preço dos combustíveis.| Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava) afirmou nesta terça-feira (14) que a redução do ICMS sobre o diesel é uma medida temporária e ineficaz. Em nota, a entidade ressaltou que diante de um possível novo aumento nos preços dos combustíveis, uma greve "é o mais provável e não demora muito". Nesta semana, o Senado aprovou o projeto que fixa um teto de 17% para o ICMS.

"Ora, não é preciso ser um economista para chegar à conclusão que dois ou três aumentos consumirão toda a redução que se pretende fazer por meio dos tributos, correndo risco do litro desses combustíveis ficarem ainda mais caros do que hoje", diz o comunicado.

A Abrava, liderada pelo caminhoneiro Wallace Landim, conhecido como Chorão, também considera que o ministro da Economia, Paulo Guedes, seria o principal “responsável” pela situação. Além disso, a associação criticou o que classifica como "medidas tabajaras" tomadas por um “governo desesperado”.

“O governo se acomodou e por ironia do destino o ministro apelidado de posto Ipiranga, que deveria resolver esse problema, é o grande culpado deste caos, e hoje chegamos neste ponto crítico, sendo que ainda temos sérios riscos de falta de combustível”, disse a entidade. “Muitas especialistas afirmam que esse problema tem soluções viáveis, mas está claro que essa não é a prioridade, o que vemos é um governo desesperado.”

A Abrava pede mudanças na Petrobras e que o diesel seja custeado pelos contratantes do transporte, como ocorre com o pedágio. “De uma forma ou de outra, mantendo-se essa política cruel de preços da Petrobras, sem a garantia que o caminhoneiro autônomo tenha suas despesas de viagem integralmente ressarcidas, a categoria vai parar. Se não for por greve, será pelo fato de se pagar para trabalhar. A greve é o mais provável e não demora muito”, ressaltou a associação.