Edifício-sede da Petrobras, no Rio de Janeiro.
Edifício-sede da Petrobras, no Rio de Janeiro.| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) confirmou nesta sexta-feira (5) que abriu um processo administrativo para investigar o suposto uso de informação privilegiada (insider trading, no jargão do mercado) na negociação de papéis da Petrobras. A suspeita de que alguém pode ter lucrado R$ 18 milhões com o vazamento de informações sobre o que ocorreria na estatal vieram à tona no início da semana passada e mexeram com os ânimos do mercado.

Duas ordens de compra foram executadas no dia 18 de fevereiro, antes da live em que o presidente Jair Bolsonaro disse que “alguma coisa” aconteceria na petrolífera nos próximos dias: uma de 2,6 milhões de opções, às 17h35, e outra às 17h44, de 1,4 milhão de papéis, ambas com preço de R$ 0,04.

A movimentação revelada pelo jornal O Globo, a partir de dados da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, indica que um investidor ganhou R$ 18 milhões com as opções, negociadas em volume que só faria sentido se ele realmente acreditasse que as ações iriam cair ao menos 8% no pregão seguinte.

Crime no Brasil desde 2001, o insider trading é o uso de uma informação relevante ainda desconhecida do mercado na negociação de papéis, com o objetivo de obter lucro ou evitar uma perda. Com a confirmação da abertura do procedimento, já há oficialmente quatro processos administrativos abertos pela CVM, desde o último dia 20 de fevereiro.