Coronavírus
Pandemia do coronavírus.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo/Arquivo

O dinheiro arrecadado no Brasil para ações de resposta e enfrentamento ao coronavírus ultrapassou a cifra de R$ 7 bilhões nesta quarta-feira (26). O acompanhamento é feito pela Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR) no seu Monitor das Doações Covid-19, criado quando da chegada da doença ao país, em março de 2020. O montante é apontado como recorde absoluto na história recente de doações para emergências no Brasil e compreende valores repassados diretamente ou na forma de serviços, equipamentos, produtos e estrutura por mais de 705 mil doadores.

Do montante total arrecadado no período, R$ 3,7 bilhões foram mobilizados através de campanhas, com destaque para a ação do governo do Estado de São Paulo e do Unidos contra a Covid, da Fiocruz.

Segundo o monitor da ABCR, o setor financeiro é o que mais fez doações, com 27% do total, seguido de alimentação e bebidas e mineração, com 13% e 10% respectivamente. Entre os doadores, os que mais disponibilizaram recursos foram Itaú, Vale e JBS. Já as áreas mais contempladas foram saúde (73%), assistência social (20%), educação (4%) e geração de renda (3%). A maior parte dos recursos foi doado diretamente a pessoas jurídicas. Todos os dados que constam do monitor são públicos.

De acordo Márcia Woods, a intensidade das ofertas havia estacionado em outubro do ano passado (em torno dos R$ 6,5 bilhões), mas ganhou fôlego nos últimos meses impulsionada por mais investimentos para o setor da assistência social, por exemplo. Esse novo momento difere do período de doações no começo da pandemia, quando houve investimentos pesados de bancos e grandes companhias na área de infraestrutura, compra de equipamentos, respiradores, testes de Covid, entre outros. “A marca dos R$ 7 bilhões é bastante expressiva porque representa o dobro do que se vê normalmente de comprometimento com a filantropia institucionalizada aqui no Brasil", avalia.

Com o atingimento dessa marca, a representante da ABCR avalia ser necessário que haja a manutenção de uma visão de médio e longo prazo das doações. “Só assim será possível que as organizações consigam fazer uma atuação continua e sustentada para promover transformações sociais no Brasil”, conclui.