O grupo de Transportes foi o maior responsável pela alta da inflação em outubro. Pela medição do IPCA-15, as passagens aéreas subiram mais de 34% no mês.
O grupo de Transportes foi o maior responsável pela alta da inflação em outubro. Pela medição do IPCA-15, as passagens aéreas subiram mais de 34% no mês.| Foto: Unsplash

A inflação voltou a acelerar, segundo o IPCA-15, prévia da inflação "oficial". De acordo com o IBGE, o índice avançou 1,2% neste mês, acima da taxa de setembro (1,14%). Foi a maior variação para outubro desde 1995. Com a nova alta, a taxa acumulada em 12 meses chegou a 10,34%, acima dos 10,05% apurados no IPCA-15 de setembro.

No início do mês, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, havia dito que o pico da inflação provavelmente teria ocorrido em setembro. "Nós entendemos que, em termos de inflação de 12 meses, setembro deve ser o pico. A gente ainda tem uma inflação alta em setembro", disse ele.

Para que a previsão de Campos Neto se concretize, os preços precisam desacelerar nesta segunda metade do mês. O IPCA-15 mede a variação de preços em 30 dias entre meados de um mês e meados do mês seguinte, ao passo que o IPCA reflete a variação do início ao fim de um mesmo mês.

A persistência da inflação põe mais pressão sobre o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que se reúne nesta quarta (27) para definir o novo patamar da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 6,5% ao ano. Após a manobra para mudar o teto de gastos, boa parte do mercado financeiro passou a apostar numa alta mais forte – em vez de 1 ponto porcentual (pp), agora há muitas apostas de reajuste de 1,5 pp.

Segundo o IBGE, houve alta de preços em oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados no IPCA-15. O maior impacto para a inflação (0,43 pp) e a maior variação (2,06%) vieram do grupo Transportes, muito influenciado pela alta das passagens aéreas (34,35%) e combustíveis (2,03%). Dentro desse grupo, também ficaram mais caros itens como automóvel novos (1,64%) e usados (1,56%), motocicletas (1,27%), pneus (1,71%) e óleo lubrificante (1,36%).

Na sequência, aparecem o grupo Habitação (alta de 1,87% e contribuição de 0,30 pp para o índice do mês). Na sequência, veio Alimentação e bebidas (alta de 1,38% e impacto de 0,29 pp na inflação mensal.