Sob pressão de ambientalistas, a 17ª rodada de licitações de blocos para exploração e produção de petróleo e gás natural terminou com a concessão de apenas cinco dos 92 blocos ofertados na manhã desta quinta-feira (7). Três das quatro bacias com áreas disponíveis não tiveram interessados, entre elas a Potiguar e de Pelotas, consideradas sensíveis à exploração em termos ambientais, além de Campos. Os leilões foram realizados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis a partir das 9 horas.
Os cinco blocos arrematados ficam localizados na bacia de Santos, que tinha outras oito áreas ofertadas e que também não tiveram interesse das empresas inscritas. Foram arrecadados R$ 37,14 milhões com os bônus de assinaturas, valor inferior a um terço do mínimo previsto para apenas um dos blocos que não foi arrematado, de R$ 122,25 milhões. Ao todo nove companhias, entre elas a Petrobras, estavam habilitadas para participar da rodada, mas apenas duas – Shell e Ecopetrol – apresentaram propostas.
Os leilões ocorreram em meio a críticas e até ações judiciais que pediam a suspensão do certame, diante do risco que a exploração e produção de petróleo e gás natural poderia trazer a reservas naturais, especialmente na costa do Rio Grande do Norte, em áreas próximas ao Parque Nacional de Fernando de Noronha e à Reserva Biológica do Atol das Rocas, e de Santa Catarina. Um parecer do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) apontou a ocorrência de 89 espécies ameaçadas de extinção nas áreas dos blocos que serão leiloados.