Sede do Banco Central, em Brasília.
Sede do Banco Central, em Brasília.| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central revelou nesta terça-feira (26) que alguns membros do colegiado debateram se ainda seria adequado manter o atual grau de estímulo "extraordinariamente" elevado e sugeriram inclusive o início de uma normalização parcial da política monetária. Em outras palavras, propuseram um aumento da taxa básica de juros, a Selic. O Copom, no entanto, optou por mantê-la em 2% ao ano ao fim do encontro, concluído na quarta-feira (20).

Segundo esses membros, a partir de maio houve a inversão do choque "desinflacionário" do começo de 2020, com reversão da trajetória de queda das expectativas de inflação e a redução da ociosidade econômica, com as projeções do cenário básico se aproximando da meta de inflação no "horizonte relevante". "Por conseguinte, esses membros julgam que o Copom deveria considerar o início de um processo de normalização parcial, reduzindo o grau 'extraordinário' dos estímulos monetários", completou o documento.

Apesar de destacar os bons resultados da atividade econômica no fim de 2020, o Copom alertou que a ressurgência da pandemia de Covid-19 no Brasil e os efeitos da retirada dos auxílios emergenciais podem até mesmo levar a uma reversão temporária da recuperação da economia brasileira. "A pouca previsibilidade associada à evolução da pandemia e ao necessário ajuste dos gastos públicos a partir de 2021 aumenta a incerteza sobre a continuidade da retomada da atividade econômica", admitiu o comitê.