A região de Brumadinho (MG) após rompimento de barragem do Córrego do Feijão, da Vale, em imagem de janeiro de 2019.
A região de Brumadinho (MG) após rompimento de barragem do Córrego do Feijão, da Vale, em imagem de janeiro de 2019.| Foto: PR / Fotos Públicas

Um laudo apresentado nesta sexta-feira (26) pela Polícia Federal aponta que o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG), em 25 de janeiro de 2019, ocorreu por perfuração feita a partir da parte superior até a base da represa, onde os rejeitos ficam armazenados. O rompimento da barragem matou 272 pessoas e, até hoje, onze permanecem desaparecidas.

O laudo, no entanto, refuta as argumentações da Vale de que uma combinação de deformação da barragem, provocada pelo seu próprio peso, e fortes chuvas teriam contribuído para o colapso. O documento mostrou, em relação às chuvas, que em 2019 o regime pluviométrico foi inferior a anos anteriores.

A ruptura, diz o laudo, ocorreu por liquefação, que é o aumento do volume de água nos rejeitos sólidos, pressionando a barragem e levando à sua ruptura. A PF informou, porém, que os dados dessa primeira etapa, que durou de outubro a dezembro de 2018, não foram processados pela Vale, que mesmo assim passou à segunda etapa no processo em janeiro.

"Houve um atropelo", concluiu o delegado responsável pelas investigações, Luiz Augusto Pessoa Nogueira. Em nota, a Vale diz que "avaliará o inteiro teor do laudo e oportunamente se manifestará nos autos".