Quebra da safra de café e falta de insumos na indústria prejudicaram o PIB do segundo trimestre, segundo o Ministério da Economia.
Quebra da safra de café e falta de insumos na indústria prejudicaram o PIB do segundo trimestre, segundo o Ministério da Economia.| Foto: Edu Andrade/Ascom/ME

O leve recuo da economia no segundo trimestre está ligado à quebra da safra de café e à falta de insumos na indústria de transformação, em especial no setor automobilístico. A avaliação é da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia.

Segundo o IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) diminuiu 0,1% no segundo trimestre, em relação ao primeiro, desempenho que o instituto classificou de "estabilidade". O resultado veio abaixo das expectativas – no geral, consultorias e bancos esperavam um leve crescimento no trimestre.

"O resultado negativo ocorreu no trimestre com o maior número de mortes por Covid e com efeitos setoriais relevantes. Na indústria de transformação, a escassez de matérias primas teve impactos negativos e, devido à quebra de safra no café, houve retração do setor agropecuário", afirmou a SPE em nota publicada nesta quarta-feira (1.º).

Segundo o IBGE, o PIB agropecuário encolheu 2,8% no segundo trimestre, e o da indústria diminuiu 0,2%. O único setor que cresceu foi o de serviços, o que tem mais peso na economia brasileira, com alta de 0,7%. Para a SPE, a melhora dos serviços "se deve, em grande medida, ao avanço da vacinação em massa".

Na nota, a equipe econômica destacou o crescimento de 1,8% do PIB brasileiro no acumulado de 12 meses, que ficou acima da média de 1,3% dos mais de 30 países e grupos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que já divulgaram seus resultados. Nesse quesito, diz a SPE, "o Brasil supera países desenvolvidos como o Reino Unido e Alemanha e, em relação aos emergentes, fica atrás apenas da China e do Chile".