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O megainvestidor Warren Buffett acredita que o governo dos Estados Unidos pode ter lucro caso saiba administrar o pacote anticrise, que prevê o desembolso de US$ 700 bilhões para salvar instituições financeiras em crise. Para que isso ocorra, segundo ele, é preciso que o Congresso norte-americano seja rápido na aprovação da proposta – inclusive para evitar o que classifica de um "Pearl Harbour econômico", em referência ao ataque japonês que resultou na entrada dos EUA na 2ª Guerra Mundial, em 1941.

Discreto durante boa parte da crise financeira, Buffett anunciou na noite da última terça-feira que estava investindo US$ 5 bilhões no Goldman Sachs. Com isso, o investidor devolveu ânimo à combalida indústria financeira. Buffett, cuja fortuna é estimada em US$ 62 bilhões, jogou todo o seu poder de influência em favor do plano lançado pelo secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson. Para ele, a economia norte-americana simplesmente "travará se nenhuma medida for tomada". "Não estou dizendo que o pacote vai eliminar todos os problemas, mas ele é absolutamente necessário para não cairmos num precipício", disse.

Milhões de pequenos investidores dos EUA são sensíveis às opiniões de Buffett – não à toa, ele também é conhecido como o "Oráculo de Omaha". Por isso, quando o bilionário diz que o Tesouro norte-americano faria um bom negócio ao comprar ativos de bancos por preços baixos – e que o contribuinte seria recompensado no futuro –, o mercado respira aliviado. O aporte de US$ 5 bilhões no Goldman Sachs foi seguido de um aumento de capital no mesmo valor. O papel da instituição, que valia US$ 86 na semana passada, subiu ontem para US$ 127 na Bolsa de Nova Iorque.

Essa é a primeira vez em quase 20 anos que o conglomerado Berkshire Hathaway, comandado por Buffett, se associa ao setor bancário. "O preço era justo, as pessoas eram confiáveis, os termos eram aceitáveis, então decidi assinar o cheque", explicou o investidor.

Democrata convicto, que apóia abertamente a candidatura de Barack Obama, Buffett disse que gostaria de ver Paulson permanecer no Departamento do Tesouro, mesmo após as eleições. Pedindo ao Congresso que aja com rapidez, o "Oráculo" disse ainda que os problemas de Wall Street são indissociáveis das finanças pessoais dos consumidores norte-americanos: "A economia é como uma banheira. Você não consegue manter a água quente numa parte e fria na outra".

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