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Para a Caixa, 120 milhões de poupanças digitais para auxílio emergencial e saque do FGTS formam “o maior banco digital do mundo”.
Para a Caixa, 120 milhões de poupanças digitais para auxílio emergencial e saque do FGTS formam “o maior banco digital do mundo”.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

No embalo da experiência com o pagamento do auxílio emergencial e do saque emergencial do FGTS, a Caixa Econômica Federal estuda formalizar a criação do seu banco digital, segundo fontes a par do assunto informaram à Gazeta do Povo. A ideia é de que a nova empresa pública seja uma subsidiária da Caixa, a ser criada ainda neste mandato, para depois passar por uma abertura de capital – oferta inicial de ações, ou IPO, na sigla em inglês – na Bolsa de Valores.

As discussões ocorrem há cerca de dois a três meses, informaram as fontes a par do assunto. O aval para formalização do banco digital já foi dado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A ideia também conta com a aprovação do presidente da Caixa, Pedro Guimarães.

A Caixa entende que, ao ter criado 120 milhões de contas poupanças digitais gratuitas para movimentação do auxílio emergencial e do saque emergencial do FGTS, criou "o maior banco digital do mundo". Falta apenas a formalização desse banco digital através da criação de uma subsidiária, ou seja, uma empresa da própria Caixa, mas voltada para cuidar apenas desse banco digital, com toda uma estrutura e governanças próprias.

O aplicativo CaixaTem, que foi criado para movimentação dessas contas poupanças digitais gratuitas, será mantido, apesar de seus problemas. Técnicos da Caixa avaliam que milhões de brasileiros já têm o aplicativo instalado no celular, então não faz sentido criar um novo. Eles também consideram acertada a decisão de ter feito um design intuitivo para o aplicativo, que é usado na forma de um chat, pois facilita o uso por parte da população que estava até então "desbancarizada".

Público-alvo do banco digital: baixa renda desbancarizada

O público-alvo do banco digital da Caixa será o mesmo do auxílio emergencial: a baixa renda. A Caixa visa reter nesse banco digital a parcela da população que recebe algum benefício assistencial do governo e as pessoas que não tinham conta em banco, ou seja, que estavam desbancarizadas até o recebimento do auxílio emergencial.

Das 120 milhões de contas poupanças digitais criadas neste ano para movimentação do auxílio emergencial e do saque emergencial do FGTS, a Caixa estima que deve reter cerca de 50 milhões, segundo as fontes a par do assunto. Ou seja, o novo banco já nasceria com pouco mais da metade de correntistas que a Caixa tem hoje, cerca de 93 milhões.

Caixa quer oferecer mais produtos pelo aplicativo CaixaTem

Apesar da decisão de manter o aplicativo CaixaTem, a ideia do banco é melhorá-lo para ofertar mais produtos aos seus clientes. Atualmente, o CaixaTem permite fazer compras na internet utilizando o cartão de débito virtual, gerado gratuitamente no próprio app; compras no comércio por meio de QR Code; pagamento de boletos; recarga de celular; e transferências de até R$ 600 por transação e até R$ 1.200 por dia.

A intenção da Caixa é passar a oferecer outros serviços. Entre eles, microcrédito, títulos de capitalização, mais opções de seguro, entre outros. Tudo digitalmente, via CaixaTem. Seria com esses produtos que a Caixa ganharia dinheiro, já que a abertura da conta e a movimentação devem continuar gratuitas.

Segundo apurou a reportagem, o banco estima que, dentre os 50 milhões de potenciais clientes, cerca de 35 milhões poderiam utilizar alguns dos produtos ofertados pelo banco, já que essas pessoas estavam desbancarizadas ou não tinham acesso a microcrédito e produtos baratos, pela falta de garantias e de renda.

Criação do banco via subsidiária visa futura abertura de capital

A equipe econômica entende que o banco digital em si já foi criado com o CaixaTem e com a abertura das contas digitais, mas é preciso formalizar esse processo através de uma subsidiária, visando uma futura abertura de capital.

Caso o banco digital ficasse como está hoje – um produto dentro da Caixa Econômica Federal –, seria mais difícil fazer um IPO. A abertura de capital de subsidiárias é um processo mais simples, que foi ainda mais facilitado com a edição da medida provisória 955/2020.

Essa MP autoriza as subsidiárias do banco a incorporar ações de outras entidades empresariais e a adquirir o controle societário ou fatias minoritárias em empresas privadas. ​A autorização vai até 31 de dezembro de 2021, mas a MP ainda precisa ser validada pelo Congresso.

A ala mais liberal da equipe econômica vai além de um IPO e defende a venda desse banco digital. A ideia, contudo, não é consenso e, segundo as fontes, o caminho mais provável é mesmo de um IPO, com a Caixa mantendo posição relevante ou de e acionista majoritária.

Atualmente, o banco conta com cinco subsidiárias, segundo o último boletim das estatais federais: Caixa Cartões; Caixa Loterias; CaixaPAR; Caixa Holding Securitária; e Caixa Seguridade. O banco pretende fazer o IPO das suas subsidiárias de cartões, loterias e seguridade. O processo mais avançado, previsto para este ano, é o da Caixa Seguridade.

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