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Salário mínimo deveria beirar R$ 2,4 mil, calcula Dieese

Para que um trabalhador possa suprir as despesas de uma família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o salário mínimo necessário para o mês de maio deveria ser de R$ 2.383,28. O valor equivale a 3,83 vezes o mínimo em vigor no país, de R$ 622. As contas são do Dieese.

Para chegar a esse resultado, a instituição levou em consideração a maior cesta básica do Brasil, que no período foi a de São Paulo, custando R$ 283,69. Em abril, a renda básica de um trabalhador deveria corresponder a R$ 2.329,35, ou 3,74 vezes o salário mínimo, de acordo com o órgão. O cálculo se baseia no princípio constitucional de que a remuneração mínima deve dar conta das necessidades básica dos cidadãos.

O custo da alimentação essencial mínima para uma família curitibana no mês de maio, levando em conta um casal e dois filhos, foi de R$ 765,96. O valor gasto somente com essa necessidade é equivalente a 123% do salário mínimo.

O preço da cesta básica de Curitiba teve alta de 2,39% na passagem de abril para maio. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano o valor da cesta aumentou 2,69% e, em 12 meses, 3,8%. Com o crescimento do índice, o valor da soma de todos os itens considerados essenciais para a alimentação básica chegou a R$ 255,32 na cidade, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Em maio, 15 das 17 capitais brasileiras pesquisadas apresentaram alta nos valores da soma dos produtos. O maior aumento, de 7,12%, ocorreu no Recife, mas também houve reajustes expressivos em Fortaleza (6,91%), Salvador (4,74%), Goiânia (4,69%) e João Pessoa (4,14%).

Com a alta no valor dos alimentos em Curitiba, a cesta básica na cidade se tornou a sétima mais cara do país, ultrapassando Florianópolis e Brasília, as únicas cidades que apresentaram queda no índice.

Produtos

A alta da cesta em Curitiba foi puxada pelo forte aumento no preço do tomate, que passa por período de entressafra, com aumento de 27,17%. O segundo maior reajuste foi o da banana, que ficou 7,72% mais cara no mês passado. Arroz (7,23%), manteiga (4,22%), óleo (4,19%) e leite (2,53%) completam a lista de produtos que apresentaram aumento significativo de preço em comparação ao mês anterior.

"A valorização da cesta básica foi normal, seguindo a tendência do mês de abril, quando subiu 1,32%", avalia Sandro Silva, economista do Dieese-PR. O crescimento acumulado nos dois meses foi de 3,74%.

Deflação

A carne e o pão ficaram mais baratos, com variação de -1,64% e -0,34%, respectivamete, em maio. Como o valor mensal gasto com os dois produtos representa mais da metade da alimentação básica calculada no índice, a queda nestes preços evitou uma alta ainda maior no valor da cesta básica em Curitiba.

Com menor participação no valor total da cesta, o açúcar foi o produto com maior deflação, de 3,83% em relação a abril, em virtude da colheita da cana e a consequente maior disponibilidade do produto.

Perspectiva

Para junho, a expectativa do Dieese é de que haja novo aumento do índice. "É um período de menor oferta de muitos itens analisados, e a tendência é que eles apresentem novas altas", completa Silva.

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