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ótica chilli beans
Primeira loja da Ótica Chilli Beans aberta no Shopping Cidade, em São Paulo. Layout inspirado nos anos 1920.| Foto: Divulgação.

Marca consolidada no setor dos óculos de sol, a Chilli Beans vem apostando forte no mercado das óticas, um segmento que vale mais de R$ 20 bilhões por ano, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Ópticas (Abióptica).

Lançada há três anos em lojas multimarcas, a venda de óculos de graus já equivale a R$ 150 milhões do faturamento da empresa, cerca de 20% do total, e recentemente ganhou uma rede exclusiva chamada Óticas Chilli Beans.

“O plano de expansão dos óculos de grau deu uma fortalecida na marca, trouxe consumidor novo e tíquete mais alto”, avalia Caito Maia, 50, fundador e CEO da empresa, em entrevista à Gazeta do Povo.

A previsão do executivo é abrir 400 lojas especializadas em quatro anos. A primeira já inaugurou no Shopping Cidade, em São Paulo. O portfólio das óticas é formado por 80% de óculos de graus e 20% de óculos escuros, o oposto da oferta nos pontos de venda convencionais. O layout das novas lojas é inspirado nas barbearias cubanas da década de 1920.

Com 24% do mercado, a Chilli Beans é a segunda maior empresa de óculos de sol, segundo dados de 2018 do provedor de pesquisa de mercado Euromonitor International, atrás da Luxottica, que detém 42% do setor.

Com a nova estratégia, Maia prevê alcançar 1 mil unidades até 2022 e R$ 1 bilhão de faturamento até 2023. Para o ano que vem, a Chilli Beans espera faturar R$ 725 milhões e ultrapassar as 900 unidades. Em média, são inauguradas 50 a 60 lojas por ano.

Com a oferta em shoppings saturada, o empresário enxerga espaço para crescer com a abertura de lojas de rua nas cidades menores. Outro objetivo é fortalecer a presença global. Atualmente, a Chilli Beans conta com pontos de vendas nos Estados Unidos, Portugal, Colômbia, México, Peru, Kuwait, Tailândia e Bolívia.

“O mercado do Oriente Médio é o que mais cresce, mas na Colômbia também estamos super bem. Vamos investir também no Peru, Estados Unidos e vamos entrar no México”, afirma Maia.

Em março desse ano, o empresário retomou 100% do controle societário ao recomprar do fundo Gávea Investimentos a cota de 29,8% que ele havia cedido em 2012. Isso dará maior liberdade aos planos de expansão da marca.

Óculos escuros e relógios, que representam respectivamente 65% e 15% das vendas, vão continuar sendo o core business da empresa. Maia não tem planos para diversificar. “O segredo da marca é o foco. A gente vê muitas marcas abrindo o portfólio e se perdendo”, diz o executivo.

Nos últimos anos, o desafio da empresa foi manter a margem de lucro frente às oscilações do dólar, já que os óculos são fabricados na China e os pagamentos são feitos na moeda americana. De uns anos para cá, Maia abandou o transporte aéreo e passou a importar 100% dos produtos de navio para baixar os custos logísticos.

“[A alta do dólar] é um problema sério, já que 80% da nossa plataforma é em dólar. Fizemos o planejamento quando o dólar estava em R$ 3,80 e hoje está em R$ 4,10. É preciso muito jogo de cintura”, explica.

Fast fashion

Criada em 1998 no Mercado Mundo Mix em São Paulo, a Chilli Beans despontou por oferecer o conceito de self-service, que permite ao cliente poder manusear e experimentar o produto, antes de comprar. O sistema de franquias foi inaugurado em 2000.

Hoje a marca diz lançar dez modelos de óculos por semana, com variação de cores e formas, cinco modelos de relógios e três óculos de grau. Algumas coleções são grifadas por estilistas como Alexandre Herchcovitch, Gloria Coelho, Ronaldo Fraga e Vitorino Campos.

Maia afirma que, nos últimos seis anos, o preço médio dos produtos se manteve estável em R$ 195 e que, por meio de mudanças na roupagem das lojas, a marca conquistou um público diversificado. “Hoje o som [ambiente] é mais baixo, o time mais eclético, temos funcionários com estilo mais clássico e outros mais casual para falar com mais gente”, explica.

CEO roqueiro  

Caito Maia, 50, fundador da Chilli Beans. Foto: Marlon Brambilla/Divulgação.
Caito Maia, 50, fundador da Chilli Beans. Foto: Marlon Brambilla/Divulgação.

Antes de vender óculos, Caito Maia tentou a carreira musical nos Estados Unidos com sua banda “Las Ticas Tienen Fuego”. No final da década de 1990, para completar a renda, trazia óculos da Califórnia para os amigos no Brasil.

Ao voltar para o Brasil, passou a comercializar óculos no atacado para serem distribuídos em multimarcas. O que o CEO, apaixonado de moda, música e arte, tentou fazer foi imprimir sua personalidade à marca.

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