O Banco Central da China permitiu nesta segunda-feira (05) que o yuan, moeda oficial do país, ultrapassasse pela primeira vez uma barreira de onze anos na relação com o dólar americano. A cotação do yuan ficou acima de 7 para 1, num claro contra-ataque de Pequim às novas tarifas anunciadas pelo presidente Trump sobre US$ 300 bilhões em produtos chineses.
O mercado teme que a medida provoque ainda mais a ira do presidente Trump, que acusa Pequim de desvalorizar artificialmente sua moeda para impulsionar as exportações. “Devido ao unilateralismo, ao protecionismo comercial e às tarifas impostas à China, o yuan se depreciou em relação ao dólar americano, quebrando a barreira dos 7 para 1”, diz nota do Banco Central chinês.
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Quanto mais desvalorizado o yuan estiver em relação ao dólar, mais atraentes os produtos chineses ficam para os consumidores americanos e mais caras ficam as exportações dos EUA para os chineses, com efeitos diretos na balança comercial. Trump reclama seguidamente da baixa cotação do yuan na comparação com o dólar. Na semana passada, o Federal Reserve (Banco Central dos EUA) cortou a taxa de juros em 0,5%, uma medida bastante reivindicada por Trump.
Nesta segunda-feira, Trump comentou pelo Twitter os desdobramentos da guerra comercial. "A China desvalorizou sua moeda para um dos mais baixos patamares da história. Isso se chama 'manipulação do câmbio'. Está ouvindo, Federal Reserve? É uma violação enorme que irá enfraquecer bastante a China com o passar do tempo!"
Para o economista do Commerzbank Hao Zhou, a decisão chinesa de utilizar sua moeda como arma na guerra comercial pode provocar uma “onda de depreciação” de outras moedas asiáticas, fazendo estremecer os mercados financeiros. “As implicações da desvalorização acima de 7 para 1 são enormes. Parece que um tsunami está a caminho”.
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