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As perspectivas de maior liberalização na China, potencializadas pela estratégia do Banco Central brasileiro em suas intervenções no câmbio, fizeram o dólar fechar em queda superior a 2 por cento nesta segunda-feira, a maior em dois meses. A divisa norte-americana caiu 2,3%, cotada a R$ 2,2682 na venda, maior baixa desde 18 de setembro, quando ficou em 2,89%. Segundo dados da BM&F, o volume de negociação ficou em torno de 1,1 bilhão de dólares.

Desde o último dia 7, o dólar não fechava abaixo do patamar de 2,30 reais e, segundo especialistas, pode estar se acomodando num nível considerado mais confortável para o BC.

"O mercado não deve ter muita volatilidade e flutuar entre 2,25 e 2,30 reais, que é um nível confortável para o Banco Central", afirmou o superintendente de câmbio da Intercam Corretora, Jaime Ferreira, acrescentando se tratar de um patamar que não pressiona a inflação ao mesmo tempo em que ajuda nas exportações.

A China anunciou na sexta-feira, com os mercados brasileiros fechados por feriado, maior conjunto de reformas econômicas e sociais em quase três décadas, com o governo chinês se comprometendo a acelerar a abertura de suas contas e promover mais liberalizações no setor financeiro.

As medidas anunciadas pela China criam a expectativa de melhor desempenho de exportadores brasileiros de commodities, já que o gigante asiático é forte consumidor desses produtos, atraindo mais dólares para o mercado local.

A queda da moeda norte-americana no Brasil acompanhou o movimento no cenário externo, mas foi mais intensa, segundo especialistas, por causa da estratégia do BC para a rolagem dos contratos de swap cambial tradicional ----equivalentes a venda futura de dólares-- que vencem em 2 de dezembro.

"Tivemos o anúncio da maior abertura da China ao capital estrangeiro e a rolagem do Banco Central", afirmou o superintendente de câmbio da Advanced Corretora, Reginaldo Siaca.

Na quarta etapa da rolagem, feita nesta segunda-feira, a autoridade monetária vendeu a oferta total de 20 mil contratos de swap. Somando as quatro operações já feitas, a autoridade monetária já rolou 3,952 bilhões de dólares, ou 39,1 por cento dos 10,110 bilhões de dólares do vencimento total.

"Já é realidade que o BC vai rolar todo o vencimento e isso está ajudando a dar o alívio ao dólar", afirmou Ferreira, da Intercam.

Nesta manhã, o BC ainda deu continuidade ao seu programa de atuações diárias, com a venda de 250 contratos com vencimento em 5 de março e 9.750 contratos com vencimento em 2 de junho de 2014. No total, o volume financeiro equivalente das operações foi de 495,8 milhões de dólares.

Para Ferreira, os fatores China e intervenções do BC combinados com a perspectiva de manutenção da agressiva política monetária do Federal Reserve, banco central norte-americano, sob o comando de Janet Yellen devem garantir que o dólar passe a variar entre 2,25 e 2,30 reais.

Além disso, a perspectiva de que o BC brasileiro elevará a Selic em 0,5 ponto percentual, para 10 por cento ao ano, na semana que vem favorecia também à desvalorização do dólar, já que investidores de fora podem aplicar em ativos com maiores rendimentos no Brasil.

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