Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Comércio

China supera Estados Unidos e torna-se maior parceiro comercial do Brasil

O mês de abril marcou uma mudança histórica nas relações comerciais do Brasil. Pela primeira vez, a China se consolidou como maior parceiro comercial do país. Neste ano, os chineses foram responsáveis pelo volume mais alto de comércio (soma de exportações e importações) com os brasileiros.

O Brasil manteve os Estados Unidos como principal parceiro a partir de 1930, quando os norte-americanos desbancaram a Inglaterra do pódio do comércio mundial.

Não quer dizer que isso vá se estabilizar a médio prazo dessa forma, e esperamos que os Estados Unidos se recuperem a partir de 2010, disse o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral.

Ele lembrou que as vendas brasileiras caíram, em média, 30% para os EUA, Europa, e América Latina. Mantiveram-se estáveis para o Oriente Médio e África. Mas cresceram 28,2% para a Ásia, com a China sendo responsável por dois terços das compras asiáticas de produtos do Brasil.

A China importou US$ 5,627 bilhões em produtos brasileiros no primeiro quadrimestre deste ano, com expansão de 64,7% comparado a igual período de 2008. Já os EUA compraram US$ 4,925 bilhões e caíram 35,3% na mesma base de comparação.

De janeiro a abril, o Brasil ainda comprou mais dos EUA (US$ 6 841 bilhões) que da China (US$ 4,616 bilhões), mas a corrente de comércio (exportações mais importações) é favorável ao país asiático em US$ 1,523 bilhão.

O secretário ressaltou que a Ásia como um todo passa a ser o centro dinâmico ao qual os exportadores brasileiros terão que dar crescente atenção". É uma tendência que vinha se verificando mesmo antes da crise internacional, com importações crescentes também de Taiwan, Coréia do Sul, Indonésia e Índia, dentre outros.

Em abril, a balança comercial brasileira teve boa recuperação e manteve a tendência de menor queda nas exportações que nas importações. As vendas nacionais recuaram 8% em relação a abril do ano passado, mas cresceram 14,8% na comparação com o mês anterior, ao passo que as importações se retraíram 26,6% ante abril de 2008 e caíram 5,6% em relação a março .

O saldo comercial (exportações menos importações), no valor de US$ 3,712 bilhões, aumentou 109,5% na comparação com os US$ 1 772 bilhão de superávit em março, constituindo-se no melhor saldo mensal desde maio do ano passado. Com isso, o saldo acumulado no ano saltou para US$ 6,772 bilhões, com aumento de 49,4% sobre o saldo do mesmo período de 2008.

Segundo Barral, as exportações continuam menores que no período anterior crise financeira, iniciada em setembro do ano passado, mas mostram tendência de recuperação enquanto no caso das importações a tendência é de queda.

Ele afirmou que os preços internacionais se retraíram um pouco, depois da crise financeira internacional, mas salientou que o Brasil está compensando isso com a exportação de maiores volumes principalmente de produtos agrícolas, com a safra iniciada em março.

Na relação abril/março o Brasil exportou mais açúcar (10,2%), café em grão (10,8%), Couro (19,3%), carne bovina (14%), carne de frango (21,5%), carne suína (18%), petróleo (42,5%), automóveis (23,8%), autopeças (18,4%), minério de ferro (16,6%), celulose (55,3%), produtos químicos (22,9%), semimanufaturados de ferro e aço (53,1%), laminados planos (25,6%), fio-máquina e barra de ferro/aço (15,2%) e alumínio em bruto (50,7%).

Em comparação com abril de 2008, os maiores aumentos foram de suco de laranja (259,6%), óleos brutos de petróleo (229,6%), minério de ferro (115,7%), óxidos e hidróxidos de alumínio (106 3%), açúcar em bruto (97%), celulose (68,6%) e farelo de soja (54,4%).

Houve queda, porém, nas vendas de óleos combustíveis (-75,1%), aparelhos transmissores e/ou receptores (-39,9%), autopeças (-33 4%), pneumáticos (-31,7%), calçados e partes (-30,6%), etanol (-28,7%), automóveis (-22,9%), laminados planos (-21,7%), aviões (-16,3%), couros e peles (-53,8%), ferro-ligas (-14,8%) e óleo de soja em bruto (-97,7%).

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.