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É bastante comum em democracias que governos e parlamentos aprovem medidas que despertam uma oposição forte a ponto de haver embates em praça pública. O argumento, válido, é o de que um grupo de manifestantes não pode impor sua vontade a agentes eleitos para conduzir uma agenda pelo bem comum. Não fosse isso, ainda estaríamos na fila da Telebrás esperando para comprar uma linha de celular. Ao cercar a Assembleia Legislativa, o governo do Paraná se apoiou nessa tese, mas faltou a legitimidade da opinião pública para que o risco do enfrentamento valesse a pena.

O projeto aprovado pelos deputados estaduais vai contra o bem comum. Mais especificamente, ele diminui a qualidade de vida das gerações futuras, em troca de uma folga de caixa para o atual governo. O Paraná fez um grande avanço quando aprovou a criação de um fundo previdenciário, que seria custeado pelas contribuições de funcionários e do governo. Melhor do que isso, só se o fundo fosse privado, contratado em nome de cada funcionário, para que cada um soubesse quanto teria poupado para a velhice.

Guardar para o futuro, no entanto, exige esforço e disciplina. Nossa geração teria de pagar duas contas ao mesmo tempo. A que foi deixada pelas gerações anteriores, que não pouparam e deixaram a conta das aposentadorias para ser paga com o dinheiro dos nossos impostos, e a da poupança para o futuro. Parte do pagamento foi agora jogado para a frente. Isso só piora a sustentabilidade das contas do estado no longo prazo, sem que haja qualquer compensação para o contribuinte. O estado não pode contar que o crescimento econômico vai dar conta de elevar a arrecadação no futuro porque é provável que o efeito seja exatamente o contrário.

em alta

Juros

O Copom elevou novamente a taxa básica de juros, a Selic, para 13,25% ao ano. O ciclo de aperto monetário está chegando ao fim, mas foi forte o suficiente para atrasar a retomada do crescimento.

em baixa

Hidrelétricas

A Aneel decidiu ser rigorosa na avaliação dos atrasos das grandes hidrelétricas no país. Não aceitou greve e problemas ambientais como desculpa e já avisou que vai multar as empresas.

UEG

A UEG Araucária, usina termelétrica a gás da Copel, se mostrou um grande negócio em tempos de crise hídrica. No ano passado, a receita do negócio foi de R$ 2,1 bilhões, com uma lucratividade invejável: R$ 471 milhões. A operação da usina, que havia sido arrendada à Petrobras, foi assumida no ano passado pela Copel, que é sua acionista majoritária (a petroleira ainda detém uma participação minoritária). Neste ano, a UEG continua operando a todo vapor, fato que levou a estatal paranaense a planejar uma nova usina em Araucária.

Stora Enso

O lucro da Stora Enso, fábrica de papel com sede em Arapoti, caiu 31%. Foram R$ 24,4 milhões no ano passado, contra R$ 34,3 em 2013. A receita líquida da companhia registrou uma queda de 2%, para R$ 351 milhões, enquanto os custos de produção subiram. Além de faturar menos, a empresa acumulou estoques no ano passado (houve uma alta de R$ 10 milhões, principalmente em produtos acabados).

Metrô

Nas reuniões de que participa para explicar o projeto do metrô de Curitiba, o secretário do Planejamento, Fábio Scatolin, vem citando um estudo feito em 2013 por pesquisadores da Universidade de São Paulo e que estima o impacto econômico do metrô na capital paulista. Segundo o cálculo usado na pesquisa, o PIB da cidade de São Paulo seria 1,7% menor se não houvesse o metrô. O impacto negativo se espalha por cidades da região metropolitana e pelo resto do país. A explicação: os ganhos de produtividade com a melhor mobilidade são tantos que têm impacto econômico que torna o projeto viável, apesar do custo de implantação.

Battistella

O grupo Battistella está negociando com a Scania a venda de parte de seu negócio na área de comercialização de veículos pesados. A operação envolve ativos em Santa Catarina e deve ser concluída em seis meses. O negócio ocorre em um momento de queda nas vendas. Em 2014, o faturamento da Battistella Administração e Participações foi de R$ 873 milhões, contra R$ 1,260 bilhão em 2013 – queda de 31%, explicada pela retração nas vendas de veículos pesados. No ano passado, houve prejuízo de R$ 27,6 milhões.

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