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Laura tem uma história de vida de lutas e dificuldades pessoais. De família humilde, precisou trabalhar desde cedo para ajudar no sustento dos irmãos mais jovens. Por causa dessa condição, adiou a continuidade dos estudos e ingressou no mercado de trabalho com o 2º grau incompleto.

Na função de zeladora de uma empresa local, ela se destacou, pois era extremamente cuidadosa e detalhista. Cumpria suas tarefas com afinco e rapidez e jamais reclamava do volume de trabalho. Por isso, o dono do negócio passou a percebê-la e a admirá-la. Após meses de muito esforço, Laura foi incentivada a finalizar os estudos. Se concluísse aquela empreitada, seria promovida a recepcionista da organização.

Estimulada pelo apoio recebido, Laura concluiu o 2º grau e conquistou a promoção. Sua evolução na firma, no entanto, exigiu dela mais dedicação e conhecimentos. Para continuar ascendendo, percebeu que precisaria enfrentar o vestibular e ingressar numa faculdade.

O tempo passou e ela conseguiu, finalmente, conquistar uma vaga no curso de Secretariado Executivo. Laura sentiu-se orgulhosa por ser a única de sua família a iniciar um curso superior. Seu futuro, de repente, pareceu-lhe promissor e iluminado. "Não há limites para sua carreira", disse-lhe um dia o chefe da empresa, que identificou na funcionária grande potencial e talento.

A trajetória vertical de Laura, contudo, estava prestes a cessar, pois com a ascensão na profissão vieram as cobranças e o aumento de responsabilidades e tarefas. Laura não estava acostumada a ser questionada e cobrada por suas atribuições, pois sempre cumpriu com aquilo que lhe era solicitado. No entanto, não imaginou que a promoção, bem como a visibilidade proporcionada devido aos seus méritos constantes, iria lhe trazer mais pressão por parte da empresa e do chefe.

Então, a moça começou a demonstrar fraquezas e características que antes não apresentava – e até não conhecia. Ela ficava tensa quando estava prestes a cumprir um prazo e não conseguia se concentrar com tanta eficiência nas tarefas diárias. Além disso, seu conhecido temperamento amigável e social deu lugar a uma personalidade explosiva e pesada.

Laura estava sempre preocupada em não conseguir suprir as expectativas dos superiores e por isso transmitia nervosismo e insatisfação em todos os seus gestos. Os colegas de trabalho, que antes a incentivavam e aplaudiam seu progresso, agora a viam como uma profissional descontrolada emocionalmente.

Poucos ainda lembravam dela como uma pessoa promissora e competente. O próprio chefe já havia se arrependido de ter dado a ela a promoção, uma vez que o crescimento apresentado por ela estava estagnado. Laura já não conseguia mais demonstrar eficácia e dinamismo, ao contrário, demorava muito para cumprir as funções solicitadas, com medo de errar.

Mesmo com o desempenho aquém do esperado, o chefe, com pena da moça, não conseguia desligá-la da empresa, pois sabia o quanto ela havia se esforçado para chegar onde chegou. Assim, aos poucos, ele foi repassando menos e menos tarefas para Laura e contratou outra pessoa para auxiliá-la. Mas Laura percebeu imediatamente que a nova profissional recebia mais funções do que ela e que administrava melhor o tempo e a pressão inerente à função.

Assim, antes que fosse desligada da empresa, Laura preferiu conversar com seu chefe e transmitiu a ele suas dificuldades e limitações. Juntos, eles optaram por transferir Laura para outro departamento, na função de auxiliar, para que pudesse desenvolver as habilidades que ainda não possuía.

Laura, hoje, sabe que ainda tem muito a aprender e que não está preparada para assumir tantas funções e responsabilidades, em razão de seu histórico de vida. Mas a vontade de crescer continua viva e ela busca seus objetivos com a mesma força de vontade de antes – somente com um ritmo mais lento.

Novas oportunidades a jovens catarinenses

A Celesc, companhia elétrica de Santa Catarina, desenvolve o Projeto "Tô Ligado em um Novo Tempo". Por meio dele, 310 jovens carentes, com idade entre 18 e 24 anos e renda per capita familiar de até um salário mínimo mensal, foram capacitados no ofício de Eletricista de Rede de Distribuição.

Para alcançar o mérito, os jovens passaram por prova de seleção prévia e 640 horas-aula teóricas e práticas. A grade curricular é composta por 13 disciplinas, que envolvem temas diretamente relacionados a eletricidade, segurança pessoal e coletiva, além de aulas sobre comunicação oral e escrita, informática, matemática, gestão ambiental, ética e cidadania, relações humanas no trabalho, empreendedorismo e desenho aplicado.

Inicialmente, 354 jovens foram selecionados em todo o estado. Do total, 310 foram considerados aptos para ingresso no mercado de trabalho. A qualidade dos jovens do curso têm atraído a atenção do mercado. Contratos de trabalho com empreiteiras que atuam em obras do setor elétrico têm sido pré-estabelecidos com aqueles que se destacam. A meta da Celesc é de capacitar 2.400 jovens para o ofício de eletricista nos próximos quatro anos.

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