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Vamos admitir: o fim do ano não é para fracos. Para quem trabalha no comércio, é tempo de dobrar a carga horária para desfrutar do grande mês das vendas e alcançar as metas. Aqueles que atuam em áreas administrativas estão fazendo horas extras para fechar o ano. Nas indústrias, o momento é de acelerar a produção para desfrutar das férias coletivas. Isso sem contar que muitos estudantes estão fazendo provas finais ou esperando o resultado de algum vestibular.

Quem quer consumir – e a gente precisa consumir, nem que seja para cumprir a obrigação de comprar um presente de amigo secreto para um colega da firma – encontra lotados os estacionamentos dos shoppings ou anda esbarrando pelas ruas repletas de gente. Nem para jantar fora dá: as confraternizações das empresas ocupam boa parte da ocupação dos restaurantes. Para os outros clientes, resta esperar na fila e aguentar a algazarra.

Na semana passada, ouvi de um colega uma frase – que alguém publicou numa rede social – que resume o pensamento de boa parte dessa turma: "No fim de ano todos esperam pela chegada daquele que vem para pagar as nossas dívidas, aliviar o sofrimento e trazer a salvação: o décimo-terceiro". Demos algumas risadas, mas ficou uma sensação estranha – será mesmo que as pessoas pensam assim? Será que o Natal moderno se resume mesmo a estes três cês: canseira, consumo e comida?

Acredito que o modo como administramos nossos recursos financeiros depende menos de valores pecuniários e mais de valores pessoais. E o consumo por si só, ou feito para demonstrar prosperidade aos outros não me parece um valor válido. Se as festas forem só isso, melhor nem comemorar.

Sou um entusiasta do Natal, por mais que esteja chateado com o trânsito e as filas e cansado de tantos compromissos. É que nesse feriado a gente celebra a presença de alguém que disse "Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso".

O que mais gosto é que a alegria do Natal não tem nada a ver com o décimo-terceiro salário. Vem do dono da festa, Jesus.

Feliz Natal.

A idade e o financiamento

Mudando de assunto, o leitor Júlio escreve com uma dúvida sobre financiamento imobiliário. Há um ano, ele comprou um imóvel na planta. Vem pagando as mensalidades e os balões que compõem a entrada – a entrega está prevista para o fim de 2013. Muita coisa pode ocorrer até lá, e Júlio ainda não sabe se vai vender o imóvel ou se vai mantê-lo. Ele está avaliando as possibilidades, mas não sabe como faria para completar a aquisição. "Considerando que não tenha recursos para quitá-lo, gostaria de obter informações sobre as opções do mercado para financiamento imobiliário", diz. Ele tem uma preocupação específica: não é mais nenhum garotão. Ele tem 56 anos – chegará a 58 na época da entrega – e não sabe como funciona o crédito imobiliário para pessoas de mais idade.

A boa notícia para o leitor é que ele pode comprar o imóvel, sem problemas. Mas há, realmente, algumas questões a analisar. A primeira é que a regulamentação brasileira sobre as hipotecas impõe uma restrição: a idade limite para manter uma dívida imobiliária é 80 anos. Assim, Júlio poderia financiar o apartamento com o prazo máximo de 22 anos. "Isso não chega a ser um impedimento, é um prazo bem razoável", diz Gilson Pedro Ramos, gerente responsável pela área de habitação na agência Rua das Flores da Caixa Econômica Federal. Segundo ele, o prazo médio de quitação dos financiamentos feitos pela instituição é de 18 anos – as pessoas podem até contrair o financiamento em prazos maiores, mas vão amortizando e acabam pagando o imóvel em um prazo bem menor.

Outra preocupação que o leitor – e qualquer pessoa em situação semelhante – precisa ter é com a renda mínima. Segundo Ramos, a Caixa exige que o comprometimento máximo com a parcela fique em 30% da renda bruta. A avaliação da instituição inclui outras despesas fixas, em especial financiamento de automóvel e empréstimos bancários. Assim, para assumir uma parcela de R$ 1,5 mil, a renda mínima tem de estar por volta dos R$ 5 mil. Esse, sim, pode ser um impedimento para o financiamento.

Por fim, é importante lembrar que é obrigatória a aquisição de seguro no financiamento de imóvel. Esse seguro vai garantir que o financiamento seja quitado em caso de sinistro. E quanto maior a idade do contratante, maior também tende a ser o custo do seguro.

Para saber mais sobre os valores do financiamento, vale a pena entrar nos simuladores que os bancos costumam ter em seus sites. O da Caixa está em www.caixa.gov.br/habitacao.

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