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A Caixa Econômica Federal está com uma propaganda no ar em que avisa aos clientes da possibilidade de negociação de dívidas. Na verdade, não é nada muito novo – o comercial já foi veiculado em julho. É uma peça engraçadinha, que lembra aqueles memes da internet que exploram as diferentes visões a respeito do mesmo fato.

A ideia central é combater a vergonha ou o preconceito despertados pela situação de ser devedor e estimular as pessoas a procurar pelo banco para renegociar, nem que seja preenchendo uma proposta via internet. Um vídeo ampliado, que está presente no YouTube, vai mais longe: o personagem diz que fazer o pedido de negociação é “discreto” e termina dizendo que o espectador não precisa nem compartilhar o vídeo.

Outros bancos também têm iniciativas semelhantes. O Banco do Brasil também tem uma área no site para quem quer negociar. O Santander tem um vídeo em seu site e no YouTube ensinando como fazer. O Itaú também permite que o cliente inicie o processo pela internet, assim como o Bradesco (que chama o processo de “regularização de dívidas”). Isso só para falar dos maiores.

Há razão para isso. As estatísticas do Banco Central mostram que a inadimplência sobre a carteira de crédito – ou seja, o percentual que as dívidas com atraso superior a 90 dias representa sobre o total emprestado pelos bancos – está hoje no ponto mais alto da década de 10, e vem subindo sem parar desde o quarto trimestre de 2014. Naquele momento, o índice era de 2,85%.

No segundo trimestre deste ano (os dados saem com mais ou menos seis meses de atraso), era de 3,84%. Ou seja: as dívidas deixaram de ser um problema para o devedor e passaram a ser um problema também dos bancos. Por isso a iniciativa de tratar isso publicamente.

A mim, o que mais chama atenção na publicidade da Caixa é que ela trata justamente do estigma social do devedor. E o comercial está certo, ignorar o problema é pior. Esconder da família faz mal. Só há uma maneira de livrar-se de uma dívida: pagando-a. Você pode fazer isso dentro das suas possibilidades. Comece o mais cedo possível.

A tendência

Não há nenhuma razão para crer que a inadimplência tenha caído recentemente ou que venha a cair no começo do ano que vem. Na verdade, estamos em um dos momentos mais agudos da crise que nos persegue desde a segunda metade de 2014 e que é a causa maior disso tudo. O que significa que a taxa deve ultrapassar os 4%, algo que não ocorre desde 2009.

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