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Nas últimas semanas, o noticiário sobre a economia dos Estados Unidos ganhou quase tanta atenção por aqui quanto os indicadores nacionais. Crescimento econômico, geração de empregos e venda de casas por lá mexeram com o mercado brasileiro. E vão continuar mexendo, em especial com as cotações do dólar e, possivelmente, com os juros. Por isso, se você está pensando em investir ou mudar de posição em alguma área, é importante entender o que está acontecendo.

Desde 2008, o Federal Reserve (Fed, equivalente americano ao nosso Banco Central) faz compras mensais de títulos federais, da ordem de US$ 85 bilhões. A ideia com isso é manter baixas as taxas de juros de longo prazo – sem juros baixos, a recuperação da economia americana demoraria ainda mais. Esses incentivos, entretanto, devem ser extintos quando a locomotiva financeira voltar a andar por si só. Como alguns indicadores econômicos têm mostrado melhoras sensíveis nos últimos dois meses, muitos investidores e analistas consideram que esse momento está se aproximando. Por isso antecipam alguns movimentos, e o principal deles é a transferência de recursos de mercados periféricos (sim, o Brasil, nesse caso, é periférico) para títulos do governo americano.

Assim, os dólares vão deixando o Brasil. Com menos moeda disponível, os dólares que continuam por aqui passam a custar mais caro – é o velho princípio da oferta e da procura. Enquanto o Fed não definir de vez quando acabará com esse programa de compra de títulos, as oscilações na cotação do dólar vão continuar, e é possível que ela venha a subir mais um tanto ainda. A expectativa é que o programa seja encerrado (ou, pelo menos, modificado) até o fim deste ano. Há quem espere que o Fed anuncie um cronograma no mês que vem.

No Brasil, há mais em jogo que apenas a taxa de câmbio. Quando o dólar fica mais caro, alguns preços sobem no mercado interno. São aqueles dos produtos importados – eletrônicos, por exemplo; na semana passada, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) detectou uma elevação nos preços de aparelhos de tevê que pode ser atribuída a isso – e de mercadorias cujo preço é definido no mercado internacional, como soja e trigo. É bem possível que, nos próximos meses, a Petrobras reivindique aumento nos preços de combustíveis. Por isso, a inflação pode ser afetada. Isso é muito ruim, porque ela já andava bem alta.

Qual é o remédio que o Banco Central brasileiro mais usa para baixar a inflação? Aumento nos juros. Será que vem mais uma alta por aí?

Retorno

A coluna volta hoje, depois de quatro semanas de pausa. No retorno, duas constatações:

- devo ter ficado fora tempo demais. Quando entrei em férias, Eike Batista ainda era bilionário;

- mercado e opinião pública parecem ter, finalmente, aceitado que algumas empresas vinham enganando gente no país com esquemas de pirâmide financeira. Duas empresas – Telexfree e Bbom – estão proibidas de captar clientes e de fazer pagamentos, por ordem judicial. E o Ministério Público está acompanhando outras, em vários estados. Na mira dos procuradores estão operações como a da Multiclick, Nnex e Priples.

Faraós

Para quem está em dúvida se um negócio é pirâmide ou não, vale lembrar dos princípios básicos: se a empresa promete uma taxa de retorno acima do normal, exige taxa de entrada, não condiciona o pagamento das parcelas à venda de algum produto ou serviço, ou ainda cobra do colaborador/divulgador um valor acima do mercado pelo produto ou serviço alardeado, cuidado. Procure mais informações, porque pode ser pirâmide.

E aí?

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