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O que não fazer

Algumas atitudes comuns entre pessoas endividadas podem piorar sua situação. Abaixo, cinco estratégias a serem evitadas.

1 Evite pagar apenas o valor mínimo do cartão de crédito. Embora faça sentido no mês corrente, os juros farão com que os débitos cresçam.

2 Não dependa de dinheiro emprestado de amigos e parentes. Você corre o risco de prejudicar seu relacionamento com pessoas queridas. Relacionamentos são mais importantes do que dinheiro.

3 Tome cuidado com conselheiros que dizem poder anular débitos e cobram adiantado. Alguns são inescrupulosos e oferecem soluções que, muitas vezes, demoram ou simplesmente não dão certo.

4 Se for tomar outro empréstimo para pagar débitos anteriores, fique de olho nas taxas. Não troque uma dívida por outra de juros mais altos.

5 Busque acordo com os credores. Para eles sempre é melhor receber menos do que não receber nada.

Adaptado do site howlifeworks.com

Recebi no fim de semana dois e-mails com uma propaganda de um serviço meio esquisito. "Limpe seu nome sem pagar as dívidas!" – assim mesmo, com exclamação no fim – era a promessa que vinha no cabeçalho.

O texto da mensagem, curto, observa que o meio mais óbvio de "resolver os problemas com dívidas" é pagá-las, mas aponta a possibilidade de usar outros recursos. E vende a possibilidade de liberar pessoas físicas e jurídicas de protestos e execuções e de levantar restrições em bancos de dados como os da Serasa e dos SPCs (Serviços de Proteção ao Crédito).

Naturalmente, existem formas de adiar ou evitar a entrada de uma pessoa inadimplente nos cadastros de maus pagadores. A questão é que elas normalmente estão vinculadas a um compromisso de pagamento. Trata-se, portanto, de uma renegociação. Essa renegociação pode ser feita pela via judicial, e parece ser esse o caso do e-mail que eu recebi (enviei uma mensagem pedindo mais informações, mas, até o fechamento desta coluna, não havia recebido resposta). Nesse caso, o procedimento normalmente é o de discutir as taxas de juros incluídas nas cobranças. Enquanto houver um processo envolvendo a conta, o credor não pode pôr o devedor no Serasa. É essa, então, a vantagem que ganha o devedor: o adiamento da cobrança. Enquanto isso, se for esperto e bem assessorado, ele pode convencer a empresa que o cobra a aceitar um valor menor, com base no argumento de que é melhor receber menos do que não receber nada.

Trata-se de uma manobra legal e que, muitas vezes, é o que resta ao devedor. O que me incomoda é a forma como ela é proposta. Porque, no fim, será preciso pagar a dívida. Não há nenhuma fórmula mágica capaz de fazer com que o credor simplesmente esqueça que há uma fatura que não foi paga, por exemplo.

Se alguém lhe prometer alguma coisa parecida, desconfie. Pode ser que não consiga entregar. E, pior, pode cobrar pelos seus serviços mesmo assim. E o que parecia ser a solução para os seus problemas acaba sendo mais um deles.

Uma observação a mais: a tal mensagem sugere que você envie por e-mail a eles dados pessoais seus, especificamente o nome completo e o CPF. Evite fazer isso. O e-mail não é uma forma segura de comunicação, e há sempre o risco de informações importantes caírem em mãos erradas. O alerta não é só para esse caso e vale para todos os destinatários. Se precisar mesmo passar o CPF, o RG ou dados do cartão de crédito para alguém, prefira fazer de outra forma – por um site seguro (daqueles que aparece o desenho de um cadeado na parte de baixo do navegador) ou mesmo por telefone. O seguro, como dizem, morreu de velho.

E a capitalização?

Uma matéria ali embaixo fala mais sobre o assunto, por isso não vou me estender aqui no tema da capitalização da Petrobras. Mas vale a pena destacar algo que vem sendo pouco comentado em reportagens – o efeito para os dividendos. Muitos investidores, principalmente aqueles que buscam no mercado de ações uma forma de preparar-se para a aposentadoria, mantêm carteiras focadas em dividendos. Essa é uma boa estratégia, principalmente porque não exige que o investidor esteja plugadíssimo nas tendências do mercado para ganhar dinheiro. Em vez de comprar e vender no ritmo quase frenético dos traders da era eletrônica, essas pessoas escolhem a dedo as empresas nas quais vão colocar seu dinheiro, com foco na capacidade de gerar lucros no futuro. Esses lucros serão distribuídos, na forma de dividendos e juros sob capital próprio, de modo a garantir ao investidor um ganho que virá mesmo que o preço dos papéis esteja em baixa.

Pois bem: a capitalização pode ferir os ganhos com dividendos do acionista da Petrobras. Isso porque eles são pagos na proporção do capital que o acionista detém na empresa. Se ele não acompanhar a capitalização, reservando mais algumas ações até quinta-feira, sua participação cairá. E os dividendos também. Olho vivo!

Obrigado, Francisco!

O leitor Francisco escreveu para observar que há um problema com o gráfico publicado semana passada, que mostrava a evolução do saldo de uma aplicação de R$ 2 mil por mês. Ao fim de 18 anos, o investidor terá R$ 1,010 milhão, e não R$ 1,003 milhão, como apresentado. Ou seja, nosso milionário hipotético teria R$ 7 mil a mais na conta. "Continue nos dando mais dicas interessantes", diz.

Vou tentar, Francisco, vou tentar.

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Mande sua dúvida sobre planejamento financeiro e investimentos para financaspessoais@gazetadopovo.com.br. Seu comentário, sugestão ou crítica também serão bem vindos.

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