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Pensei muito antes de escrever a história de hoje, porque, apesar de considerar de extrema necessidade abordar o tema, sei que muitas pessoas se sentirão ofendidas. Mas não combina com minha personalidade guardar minhas indignações comigo mesmo, nem tampouco deixar de brigar por um mundo mais justo, no que se refere a carreira e empregabilidade.

Recentemente dois queridos amigos me procuraram a fim de dar uma guinada na carreira deles. Uma é Julia, uma competente professora primária, que desde que se formou como pedagoga briga por salários mais justos em sua classe. Apesar de ser uma das profissões mais admiráveis que conheço (o que seríamos nós sem nossos professores, que nos ensinaram tudo que necessitamos para chegar até onde estamos), é também uma das mais mal remuneradas profissões de toda a história. Chega a ser vergonhoso citar os salários dos professores de escolas públicas, sem falar numa infinidade de questões que envolvem o ensino fundamental e médio brasileiro, sobre as quais prefiro nem entrar em discussão, pois, infelizmente, não cabe a mim.

A outra pessoa que me procurou foi Fernando, um médico ortopedista que atende pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Confesso que fiquei horrorizado quando Fernando me contou que ganha R$ 15 por consulta. Pessoal, estamos falando de um médico, aquele que cuida de nossa saúde e bem estar e do qual nenhuma pessoa neste mundo vive sem. Em algum momento de nossa vida, mais cedo ou mais tarde, precisaremos deles.

Se pudermos fazer os cálculos, Fernando e Julia, juntos, não somam R$ 5 mil por mês. Você considera isso certo? Tenho certeza que não! Principalmente se lembrarmos quanto é o salário dos senadores, deputados federais, estaduais e vereadores que estão espalhados por aí. Antes que me entendam mal, também tenho amigos deputados e os considero de extrema importância para o bom andamento do país. Porém, não é um pouco injusto que eles mesmos possam escolher seus salários, enquanto os médicos e professores (e outros muitos profissionais) ganham salários praticamente simbólicos que passam longe do valor que eles realmente representam na sociedade?

Por isso, a minha coluna de hoje, que sempre reservo para contar histórias verídicas, será dedicada para o lançamento de uma campanha. Que tal se todos os médicos e professores pudessem ganhar tanto quanto um deputado federal? Impossível? Bom, se for impossível, então que tal se nenhum deputado federal puder ganhar mais que um professor e um médico do sistema público? Acredito que, se pudéssemos estipular essas igualdades, algumas disparidades não poderiam ser notadas com tanta frequência como vemos diariamente.

Tenho certeza de que Julia e Fernando ficarão felizes com a campanha que estou lançando. E mais, tenho certeza de que, com esta campanha, agradarei muito mais do que desagradarei. Afinal, tirando médicos, professores e deputados, há muito mais gente que concorda comigo nesta história do que os que discordam. Veremos o que ocorrerá daqui pra frente e torçamos para que dê certo.

Não deixe de acompanhar, na próxima terça-feira, os motivos principais para que esta campanha tenha surgido. E contribua, faça a sua parte.

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