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Teste

Façamos uma breve análise de situações cotidianas e os possíveis comportamentos adotados pelo chefe:

1) Um funcionário cometeu um erro grave. Quando o chefe soube do ocorrido:

a) Gritou, xingou, expôs o erro a toda a equipe. Após o ocorrido, evitou incluir esta pessoa em atividades futuras.

b) Conversou a sós com o funcionário para saber o que aconteceu, orientou a pessoa e disse à equipe que "um erro foi cometido", alertando a todos para que não cometam o mesmo deslize futuramente.

2) A equipe fez um trabalho ótimo, mas foi o chefe quem errou:

a) Botou a culpa em outras pessoas, mesmo sabendo que ele é o culpado. Ainda se defendeu com um ar de ameaça aos que se opuseram.

b) Assumiu o erro perante a equipe e o superior dele, pediu desculpas e agradeceu o esforço da equipe.

3) Quando o chefe chega ao trabalho:

a) Ninguém da equipe ousa dar bom dia. Quando precisam contar algo não muito amigável a ele, escolhem um dia "em que está de bom humor" para não correr riscos de ouvir uma grosseria.

b) Dá bom dia, cumprimenta os outros. Não há problema de relacionamento entre chefe-subordinado. A relação é de respeito mútuo. Ele age profissionalmente, separando o lado pessoal do trabalho.

4) Sobre o comportamento do chefe:

a) Pede para o funcionário fazer favores pessoais. Pegar café, buscar itens no carro, tirar fotocópias. Atividades inúteis que ele mesmo poderia, e deveria, fazer. Ninguém ousa contrariá-lo.

b) É concentrado nas atividades dele e procura não envolver os subordinados nos afazeres, principalmente os pessoais.

As atitudes de uma pessoa sem compostura profissional plena podem variar bastante, e aqui somente algumas estão retratadas. Cada grupo de trabalho sofre de uma determinada maneira com as atitudes do chefe carrasco que tem. Se as atitudes mais compatíveis com o chefe foram as de letra "a", as dicas estão aí. Boa sorte!

Algumas pessoas vão se identificar prontamente com o título deste artigo, e o que desejo aqui é alertar tanto aqueles que têm um chefe assim hoje quanto os outros, que podem ter um chefe assim qualquer dia desses.

Na coluna deste domingo contei uma história na qual toda a equipe de trabalho sofreu por causa de um chefe carrasco. Ele esbravejava e resmungava grosserias, batia à mesa, insultava e xingava a equipe de subordinados, denegria e humilhava o trabalho feito por eles, principalmente quando havia erros ou enganos. Alguém que, com certeza, não tinha pavio, nem papas na língua.

Mas porque há pessoas com esse comportamento? O que as motiva a agir desta maneira? As razões variam de acordo com as circunstâncias da empresa e da condição do chefe dentro dela. Ele pode agir por insegurança (medo da demissão ou de um subordinado tomar seu lugar), por necessidade de mostrar "quem é que manda" (autoafirmação) e também pensam que este tipo de comportamento é uma maneira muito eficiente de estimular a produção de seus subordinados.

Os efeitos que este comportamento pode gerar na equipe, porém, pode ser exatamente contrário às expectativas do malfeitor. Podem acontecer basicamente duas reações: a) na maioria das pessoas, este comportamento agressivo gera um efeito de paralisia. O funcionário fica apático, sente-se humilhado, incompetente, impotente diante do chefe, totalmente desmotivado; b) por outro lado, há pessoas que só são movidas/funcionam bem quando são submetidas à pressão constantemente. Ou seja, quando há, quase literalmente, alguém no seu colarinho contando cada coisa que cada um dos subordinados produz.

Com esses que funcionam à base da pressão, as "chicotadas" agem da mesma maneira que no sistema "estímulo-recompensa". Após reagir ao estímulo (mau tratamento) positivamente, o subordinado melhora sua produtividade e procura não cometer mais erros, pois foi intimidado, pela punição, a não cometer os mesmos enganos ou repetir determinados comportamentos.

Atenuante 1

Além do comportamento, o primeiro problema atenuante desses chefes é a dificuldade imensurável em receber feedbacks. Certa vez, em outro caso, um funcionário resolveu pedir demissão da empresa, pois estava extremamente insatisfeito com o tratamento do chefe. Além disso, a diretoria havia rejeitado o pedido formal do colaborador de transferir ou demitir seu chefe. No dia de sua saída, redigiu uma carta apontando todos os comportamentos que julgava inadequados por parte do superior, de maneira educada e construtiva. O chefe leu, em silêncio mortal, toda a página. Olhou o cidadão como se tivesse fogo em seus olhos, amassou o papel e disse que ele estava liberado para ir embora.

Atenuante 2

Como se não bastasse o chicote na mão, a teimosia e arrogância, estas pessoas têm, também, duas caras. Diante da equipe: chicote na mão. Diante da diretoria: um buquê de rosas. Explico, ao agir de maneira educada, polida e cordial perante o superior, eles demonstram que sabem, inconscientemente, que o tratamento dado aos subordinados é errado. Se fosse o certo, agiriam da mesma maneira diante do diretor, do presidente da companhia. E simplesmente não o fazem. Isto dificulta, e muito, que os superiores confirmem as denúncias dos subordinados e façam a justiça dos pobres coitados.

Guia de sobrevivência

E de que maneira as pessoas que não respondem à pressão conseguem sobreviver a esses percalços? Há poucas alternativas para resolver o problema: a) desenvolver um sistema de "autodefesa". Isso consiste em relevar os xingamentos e maus tratamentos e a filtrar somente as informações pertinentes que o chefe carrasco deseja transmitir. Em outras palavras, aprender a conviver com o monstro, alimentando sua arrogância incessantemente, e fazendo seu sentimento de poder crescer; b) falar com o superior dele. Já que essas pessoas não aceitam qualquer tipo de feedback e ainda disfarçam o comportamento perante o superior, tentar pedir que ele seja transferido é uma alternativa. Já vi equipes inteiras fazerem greve de trabalho, dizendo que só voltariam ao batente quando o chefe saísse ou fosse transferido. Muito arriscado, sem falar que isso exige um "pacto" forte entre a equipe – todos precisam estar muito incomodados e dispostos a agir de maneira fraterna, visando à harmonia da equipe e ao sucesso da empresa; c) você pedir para sair. Essa última alternativa resume-se a duas opções, a primeira é pedir transferência para outro setor da empresa, algum que preferencialmente não tenha qualquer necessidade de contato com o então chefe. Esta opção é bastante plausível em empresas de médio/grande porte. A segunda opção é pedir demissão. Pode parecer, e de fato é, algo radical, mas conviver com pessoas com este comportamento é pedir para ganhar problemas de saúde em médio/longo prazo.

Por mais que a necessidade de sustentar um lar faça com que as pessoas se mantenham no emprego (pagar contas, plano de saúde, educação dos filhos, etc.), cedo ou tarde problemas de saúde surgirão, indubitavelmente. Dores de cabeça, enjoo, queda de rendimento, medo e desmotivação para ir ao trabalho e, mais tarde, estresse, crises nervosas, gastrites, úlceras e etc.

Antes de terminar, quero deixar clara a diferença entre o carrasco e o exigente. Enquanto o primeiro desrespeita e intimida os colegas com péssimas maneiras e comportamento, o exigente quer elevadíssimos índices de desempenho e produtividade da equipe, sendo muito criterioso em decisões e geralmente demonstrando muita organização, estimulando e determinando atividades, datas e metas a toda a equipe.

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