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Os investimentos de 3,5 bilhões de reais anunciados pela Vale nesta sexta-feira em infraestrutura logística no Estado de São Paulo, que focarão principalmente o porto de Santos, permitirão que a companhia mais que quadruplique a movimentação de mercadorias, seja na importação de fertilizantes ou na exportação de produtos agrícolas de terceiros, a partir de 2015.

Em 2010, a estrutura logística da Vale movimentou 3,5 milhões de toneladas de cargas gerais no Estado, e a expectativa com os investimentos é de um aumento na capacidade potencial para 16 milhões de toneladas/ano.

O investimento foi anunciado após a Vale ter fechado acordo, em 14 de julho, para a constituição de uma joint venture com o propósito de explorar a concessão do Terminal Marítimo da Ultrafertil (TUF), em Santos.

O local, que hoje conta com somente um berço de atracação de navios e é utilizado principalmente para receber fertilizantes importados, deverá ter mais três berços, que já operarão a partir de 2015. Além disso, a companhia construirá 11 km de ferrovia para agilizar o transporte das mercadorias até o terminal.

"A maior integração desse terminal com a malha ferroviária da Vale em São Paulo possibilitará a exportação de granéis agrícolas, principalmente açúcar e grãos, retirando mais de mil caminhões das estradas", afirmou o presidente da mineradora, Murilo Ferreira, durante o evento de assinatura de protocolo de intenções em São Paulo, nesta sexta-feira.

A Vale prevê também um aporte de capital na joint venture de 432 milhões de reais para financiar o plano de investimento do TUF.

MAIOR EFICIÊNCIA

Com a construção da ferrovia na área do terminal, a Vale poderá aumentar a sua eficiência no transporte, reduzindo o tempo de entrada e saída da mercadoria no TUF de 46 horas para seis horas.

"Esse (terminal do) porto tem um privilégio, ele tem espaço, o grande investimento será nas linhas ferroviárias", disse o diretor de Logística de Carga Geral da Vale, Marcelo Spinelli, a jornalistas após o evento, referindo-se à ligação que será realizada com a malha operada pela companhia da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA).

Mas a companhia ainda terá de aguardar a aprovação do investimento pelo seu conselho de administração, além da liberação das licenças ambientais para iniciar os projetos no porto.

Para o diretor, como a companhia já atua na área e tem conhecimento da situação, isso pode acelerar o tempo para a concessão de licenças ambientais.

A Vale dividirá com parceiros comerciais parte do volume previsto de investimentos, mas deverá arcar com a maior parte, segundo os executivos.

"Não há uma definição clara (da divisão) dos valores, mas a intenção é trazer o cliente para participar do negócio", acrescentou Spinelli.

De acordo com a Vale, os recursos serão alocados, principalmente, no incremento das atividades portuárias, ampliação dos pátios intermodais e na construção de armazéns portuários.

A companhia informou ainda que o plano é adquirir mais trens e investir parte dos recursos também em terminais da FCA no interior de São Paulo, como o de Ribeirão Preto, e também em Uberlândia, em Minas Gerais.

"No porto, a previsão é de estar pronto no segundo semestre de 2014, em definitivo em 2015. No interior, vamos entregar os terminais de Aguaí e Ribeirão Preto até a safra de cana do ano que vem, e o terminal de Uberlândia, para grãos e açúcar, para a safra 2013", disse Spinelli.

Neste ano, a FCA, operada pela Vale, deverá movimentar cerca de 2 milhões de toneladas de açúcar.

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