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Sul: Paraná possui o maior número de pessoal ocupado em empresas comerciais |
Sul: Paraná possui o maior número de pessoal ocupado em empresas comerciais| Foto:

Segmentos

Veículos foram o destaque nacional

O segmento de revenda de veículos, peças e motocicletas era o que mais aumentava a massa salarial no comércio brasileiro em 2008. Em relação ao ano anterior, o crescimento foi de 21,7%, contra expansão média de 12,9% do comércio como um todo. O setor também foi o que mais aumentou o número de funcionários no período: 12,13%, enquanto o varejo teve alta de 8,38% e o atacado subiu 7,28%. Além disso, a alta no faturamento foi de 23% – contra 20,6% nos dados gerais.

No Paraná, o comércio automotivo também avançou, mas dentro da média. Há um destaque negativo, entretanto: concessionárias e vendedoras de autopeças paranaenses andaram na contramão em relação ao número de funcionários, que recuou 3,8%. As lojas do segmento, por outro lado, venderam 20,5% mais e aumentaram as remunerações em 17% entre 2007 e 2008. No comércio paranaense como um todo, esses resultados foram de 21,7% e 19,7%, respectivamente.

Crédito

Segundo Juliana Vasconcellos, gerente de análise de dados da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, o bom desempenho desse segmento é explicado pelo aumento do emprego e da renda da população, pela maior oferta de crédito e pelos prazos maiores para pagamento. Ela diz que, apesar de o país ter começado a sofrer os efeitos da crise econômica internacional no último trimestre de 2008, ela não foi suficiente para reverter o resultado positivo do comércio naquele ano. A produção e a comercialização de veículos teve forte queda nos últimos meses de 2008, o que levou o governo a implementar medidas de estímulo ao setor, como a isenção de IPI, o que ajudou na recuperação das vendas.

Depois do comércio de veículos, o segmento que apresentou o maior crescimento de receita no país foi varejo, com expansão de 15,6% sobre 2007. Já o atacado teve alta de 10,2%. (JPP, com agências).

No ano em que a economia foi atingida pela maior crise das últimas sete décadas, o comércio paranaense apresentou desempenho invejável. Além de formarem o terceiro maior polo comercial do país em receita bruta (atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais), as empresas desse setor no Paraná passaram em 2008 a ser também as que mais empregam na Região Sul. Naquele ano, os 118,5 mil varejistas e atacadistas paranaenses empregaram 621,5 mil pessoas e faturaram R$ 126,6 bilhões. Com isso, responderam por 38,6% de toda a movimentação financeira do comércio sulista. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).O principal motor do Paraná esteve no varejo e, mais especificamente, nas pequenas lojas. Enquanto no Brasil se destacam os números do segmento de veículos, no estado foram as áreas de vestuário, alimentos e aquela fatia que o IBGE identifica como "outros produtos em lojas especializadas" que mais aumentaram sua relevância. Esse último tipo de atividade, que inclui uma grande variedade de lojas (de locadoras de vídeo e lan houses a papelarias e livrarias), empregou 216,3 mil pessoas no Paraná em 2008 – um crescimento de 29,5% em relação ao ano anterior. "O comércio de menor porte vem crescendo já há algum tempo na esteira de benefícios fiscais, como o regime de tributação Simples", cita o assessor econômico da Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio-PR), Vamberto Santana.

Hipermercados e supermercados, o segmento específico que é o maior empregador do comércio, também aumentaram seus quadros de funcionários, mas num ritmo bem menor: 1,9%, para 63,8 mil pessoas. O emprego na venda de combustíveis e lubrificantes, outra área com grande peso no comércio geral, recuou 4,8% no mesmo período. "O comércio do Paraná segue de perto a distribuição verificada nacionalmente, com o atacado se destacando em receita e o varejo em número de empresas pessoal empregado", diz o técnico da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Fábio Carvalho.

Salários menores

A força do comércio "formiguinha" no Paraná tem reflexo na menor massa salarial do comércio local em relação ao gaúcho. Mesmo tendo um contingente de pessoas maior trabalhando no setor – e um faturamento bruto também mais forte –, o Paraná distribuiu um total de salários e outras remunerações de R$ 5,9 bilhões. Com isso, a remuneração média do trabalhador no estado foi de R$ 9,5 mil ao ano. No Rio Grande do Sul, a massa salarial chegou a R$ 6,1 bilhões, com renda média anual de R$ 10,4 mil.

"Há uma diferença de perfil de comércio. O maior número de trabalhadores em pequenas empresas pode gerar uma média salarial mais baixa, uma vez que as grandes companhias tendem a remunerar melhor os funcionários", diz Cid Cordeiro, economista e técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Paraná (Dieese-PR).

Fotografia

"A Pesquisa Anual do Comércio tem um caráter estrutural. Há menos análise dos números porque sua função é apresentar os dados gerais do setor", explica Carvalho, do IBGE. Pois desse "retrato" surge, no Paraná, um comércio altamente concentrado no atacado. No Brasil, 44,6% da receita setor está nas mãos dos atacadistas. No Paraná, essa fatia é de 49,4%, enquanto em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, ela fica em torno dos 40%. Uma das explicações estaria na localização geográfica do estado, que propicia a instalação de centros de distribuição de produtos para outros estados.

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