As vendas à vista no comércio de Curitiba, região metropolitana e litoral do Paraná tiveram queda de 9% em fevereiro em relação ao movimento registrado em janeiro e de 8,3% em relação ao mesmo mês do ano passado. Os dados são da pesquisa Indicadores do Comércio, da Associação Comercial do Paraná (ACP), divulgada ontem. A pesquisa apontou também diminuição no volume de vendas a prazo. Na comparação com fevereiro de 2008 a queda foi de 5,4% e em relação a janeiro houve decréscimo de 4,1%.
Como a entidade realiza o levantamento com base no número de consultas realizadas pelas empresas ao Videocheque e ao Serviço de Proteção ao Crédito (SCPC), a pesquisa não revela o desempenho agregado das vendas no comércio, mas é um indicador importante de como está o desempenho do setor e ele não foi bom no início do ano.
Segundo a assessoria econômica da entidade, a queda no consumo fica evidente na retração observada nas vendas na comparação de fevereiro com o mesmo mês do ano passado. Os analistas da ACP avaliam que os indicadores estão em linha com a desaceleração econômica observada no setor produtivo e que os próximos meses não devem apresentar melhora.
Entre as principais causas do desempenho ruim do comércio, a ACP aponta o encolhimento no crédito e o reflexo das demissões, principalmente na indústria, em dezembro e janeiro. A mesma pesquisa revelou ainda que a inadimplência líquida em Curitiba em fevereiro ficou em -0,02%, diminuindo 0,58% em relação ao índice de janeiro e 0,52% se comparada à verificada em fevereiro de 2008. A entidade, que utiliza metodologia do Banco Central (BC) para o cálculo, apontou que a taxa de inadimplência anual (de março de 2008 a fevereiro de 2009) foi de -0,08%.
Interior
No interior do estado, o comércio sofre especialmente por causa de problemas em setores exportadores e na agricultura. Uma avaliação da Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio) aponta para problemas mais agudos nas vendas em cidades como Palmas e União da Vitória, que foram afetadas pela queda na exportação de madeira, e em municípios da região Oeste e Sudoeste, que dependem da agricultura e foram castigados pela seca.
Não há dados sobre a desaceleração do varejo nessas regiões mas, de acordo com a Fecomércio, as dificuldades no comércio se acentuam rapidamente pois a economia dos municípios é dependente das atividades em crise.
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