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Foto de arquivo mostra aeronaves da easyJet e a Air France na pista do aeroporto de Paris-Orly, ao sul de Paris, França | ERIC PIERMONT/AFP
Foto de arquivo mostra aeronaves da easyJet e a Air France na pista do aeroporto de Paris-Orly, ao sul de Paris, França| Foto: ERIC PIERMONT/AFP

É comum que a resolução “viajar mais” esteja presente em sua lista de objetivos para o ano. Um levantamento realizado pelo aplicativo 7waves mostra que esta é uma das 15 maiores metas dos brasileiros em 2019. 

O surgimento de hostels e novas formas de hospedagem tornaram o hábito de viajar mais acessível. No entanto, o alto custo da passagem aérea ainda impede muitas pessoas de realizarem este sonho. Neste momento, saber como utilizar milhas e pontos para viajar de graça pode fazer toda a diferença. 

Para entender como isso é possível, o InfoMoney conversou com Fábio Vilela, viajante que já voou de primeira classe para mais de 80 países utilizando o sistema de milhas e pontos. 

Por onde começar?

Autoconhecimento é a palavra chave para aqueles que estão começando no mundo das milhas e pontos. Para Fábio, é preciso identificar qual seu perfil, sua renda, seus tipos de gasto e com qual frequência deseja viajar. 

“Os pontos são adquiridos a partir de compras com o cartão de crédito”, diz. Cada cartão é direcionado para tipos diferentes de público: alguns acumulam mais e oferecem mais vantagens durante as viagens, mas possuem anuidade mais cara, por exemplo.

Para escolher o melhor cartão, a dica é pensar naquele que se adapta à sua rotina. Se você pretende viajar muito ao longo do ano, pode valer a pena escolher um cartão de alta renda: eles geram até 3 vezes mais pontos e você pode usufruir de seguro viagem, sala vip e outros benefícios. 

Leia também: Mitos e verdades sobre pontos e milhas de viagens

A liberdade de escolha na hora de transferir os pontos também deve ser considerada antes de escolher o melhor cartão. “Alguns bancos estabelecem uma quantidade mínima de pontos necessária para transferi-los para outros programas, e isso pode dificultar que iniciantes ou pessoas com poucos pontos troquem o benefício por passagens.”

Escolhi meu cartão de crédito, e agora?

Cartões de crédito acumulam pontos em programas de fidelidade. Hoje, um banco possui diversos programas, para que você não fica preso a apenas uma companhia aérea. Cada compra realizada com o cartão gera um determinado número de pontos. 

Ao viajar de avião, você acumula milhas com base na distância entre o ponto de embarque e o de destino. Depois de possuir determinada quantidade, você pode trocar tantos os pontos quanto as milhas por uma série de benefícios, como as passagens aéreas, que costumam ser a troca mais vantajosa. 

Para escolher o melhor programa de fidelidade, é importante analisar a quantidade de viagens que você pretende fazer ao longo do ano, quais serão os aeroportos de origem e o perfil dos seus gastos. 

“Se o usuário mora em uma cidade em que a empresa X tem muito mais voos do que a Y, ele deve buscar concentrar seus pontos e milhas em programas da X. Assim, irá se beneficiar das vantagens com mais frequência, além de ter mais opções de rotas”, explica Fábio. 

Alguns bancos possuem cartões crédito específicos de apenas um programa de fidelidade. Nestes casos, a companhia aérea oferece vantagens exclusivas para estes clientes, como mala despachada e embarque preferencial. “Pode ser uma boa opção para pessoas que só viajam em uma determinada companhia, por exemplo.”

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Clientes de alta renda costumam comprar passagens mais caras. Neste caso, é recomendado que eles priorizem programas em que o acúmulo é baseado no valor do bilhete, por exemplo. Ele sobe de categoria mais rápido e pode usufruir mais benefícios.

Alguns bancos oferecem possibilidade de multiplicar os pontos. Por exemplo, você paga um percentual extra da fatura do cartão e o volume de pontos que tem acumulado aumenta. É uma alternativa interessante, mas é sempre recomendado fazer o cálculo para ter certeza de que compensa. 

Qual o melhor momento para trocar?

A maioria das companhias aéreas disponibilizam os assentos para venda com até 330 dias de antecedência da data do voo. Para quem já sabe o dia da viagem, o melhor conselho é ficar atento às promoções. 

“Geralmente, a transferência de pontos costuma ser em proporção de 1 para 1. No entanto, tanto bancos quanto companhias costumam fazer alguns programas de bonificação ao longo do ano. Você pode transferir 100 mil pontos por 180 mil, por exemplo”, aconselha Fábio. 

Os pontos normalmente possuem validade de 2 anos, então por mais que você não tenha nenhuma viagem em mente, pode valer a pena aproveitar as promoções. 

Também não há valor fixo. Uma viagem para Fortaleza que hoje custa 10 mil pontos, daqui a 2 anos pode custar bem mais. Por isso, não é recomendado considerar os programas de milhagens em seu planejamento financeiro.

Como funciona para viagens internacionais?

Todos os pontos viram moedas de troca. Elas podem ser utilizadas para viagens nacionais e internacionais. Caso você deseje comprar uma passagem da França para a Alemanha, e as companhias brasileiras não realizem este serviço, você deve ver de qual aliança o seu programa de fidelidade faz parte. 

A Latam, por exemplo, faz parte da OneWorld; a Avianca, da StarAlliance. Primeiro você transfere seus pontos para o programa de fidelidade de alguma destas companhias e, depois, pode trocar por passagens de qualquer empresa desta aliança. 

Posso transferir meus pontos para outra pessoa?

No Brasil, não é permitido transferir os pontos e milhas do cartão de crédito do banco diretamente para outro CPF. É necessário fazer a transferência primeiro para o seu programa de fidelidade e, depois, emitir a passagem no nome de outra pessoa. 

Alguns programas de fidelidade têm a opção transferir, dar e doar milhas para outros passageiros. É o caso da Smiles, programa de milhagem da Gol Linhas Aéreas. Através dele, você pode doar suas milhas e pontos para qualquer outra pessoa que tenha uma conta Smiles e um CPF válido. 

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No entanto, é cobrada uma taxa a cada milha transferida, por isso, a transação pode nem sempre ser vantajosa. 

O que mais preciso saber?

Fábio Vilela aconselha tentar buscar por destinos alternativos e poucos explorados na hora de comprar as passagens. “Geralmente estes voos possuem mais assentos disponíveis. Em destinos mais concorridos, como Orlando, Miami e Nova York, a companhia faz muita receita e os lugares ficam quase escassos.” 

Para aumentar suas chances de conseguir uma passagem, Fábio recomenda realizar a compra com bastante antecedência, ter flexibilidade para viajar fora de alta temporada e programar viagens sozinho, assim só será necessário comprar um assento no vôo, e não lugares para toda a família.

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