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Terminal de gás natural em Ponta Grossa: indústria teme perda de competitividade caso haja aumento de preço | Celso Margraf / Gazeta do Povo
Terminal de gás natural em Ponta Grossa: indústria teme perda de competitividade caso haja aumento de preço| Foto: Celso Margraf / Gazeta do Povo
  • Veja que o gás natural é distribuído no Paraná pela Compagás

Mesmo com a especulação de que o valor do gás natural importado da Bolívia pode sofrer um reajuste de quase 9%, a Companhia Paranaense de Gás (Compagas) afirma que não deve haver, pelo menos a curto prazo, aumento no valor do combustível fornecido no estado, que vem do país vizinho. A companhia diz que, se a Petrobras elevar os preços, pode absorver o reajuste em um primeiro momento.

Nesta semana, fontes ligadas ao mercado e à Petrobras anunciaram que o preço do gás natural boliviano passaria de US$ 7,80 por milhão de BTU para US$ 8,50 por milhão de BTU, o que resultaria em um aumento de 8,9%. A estatal ainda não se pronunciou oficialmente.

"Se houver um indicativo de que o aumento seja pequeno, poderemos esperar para ajustar o nosso valor em julho, quando teremos mais certeza sobre se o preço do petróleo, que influencia no valor do gás natural, vai continuar subindo ou terá baixa", avalia o diretor presidente da Compagas, Luciano Pizzatto.

No Paraná, o preço do metro cúbico do gás para o segmento de automóveis (GNV) é o mesmo desde julho de 2008. A média do metro cúbico, segundo levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocom­bustíveis (ANP), era de R$ 1,49 no estado, em março.

Hoje, a rede da Compagas chega a sete cidades, fornecendo gás natural para 35 postos de combustíveis. A maior parte do combustível boliviano, no entanto, vai para o setor industrial, responsável por receber 80% da distribuição.

"Sabemos que há uma pressão para o aumento no valor do gás para ajuste em funções do preço internacional, mas não estamos voltados para essa necessidade no momento", reforça Pizzatto.

Indústria

Um possível reajuste no gás natural no Paraná, mesmo após um período de estabilidade nos preços, é visto com preocupação pelos industriais. Atualmente, 109 empresas utilizam o combustível, principalmente no setor de cerâmicas, louças e porcelanas. Em março, o segmento utilizou uma média de 628.692 metros cúbicos do gás por dia.

"Todo reajuste para nós é complicado. Afinal, o gás natural é nossa principal matéria-prima para queima nos fornos. Já temos que enfrentar uma concorrência acirrada com a China, sendo que só agora estamos conseguindo chegar nos preços deles. Apesar de poucas indústrias usarem o gás, elas usam em grande quantidade", afirma o presidente do Sindicato das Indústrias de Vidro, Cristais, Espelhos, Cerâmica, Louça e Porcelana no Paraná (Sindi­louças), José Canisso.

Distribuição

Para a Compagas, a preocupação maior não é em absorver possíveis reajustes no preço do gás, mas sim em procurar incentivos para aumentar a rede de distribuição do combustível, considerada insuficiente pela companhia. A reivindicação por investimentos na área e por novas políticas da Petrobras em relação ao valor do petróleo praticado no Brasil, acima da média mundial, estarão na pauta de um encontro com o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, que deve vir a Curitiba no próximo dia 25.

"Primeiro, temos que garantir que o motorista saia de Curitiba e possa encontrar postos no estado inteiro. Precisamos fazer com que as pessoas acreditem no GNV. Não é concebível que o Paraná seja, proporcionalmente, um dos estados que menos têm veículos a gás no país", defende Pizzatto.

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