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Rodrigo Santos lava a roupa no tanque: máquina comprada pela internet não chegou | Pedro Serápio/Gazeta do Povo
Rodrigo Santos lava a roupa no tanque: máquina comprada pela internet não chegou| Foto: Pedro Serápio/Gazeta do Povo

Fique de olho

Veja as dicas para fugir das armadilhas das compras coletivas pela internet:

Leia atentamente as regras da oferta. Muitas vezes há condições específicas para aproveitar a promoção. Tudo dever ser muito bem especificado, com a descrição dos itens e condições de prestação do serviço.

Desconfie dos milagres. Compare o pre­­ço do produto com a média pra­­ticada no mercado. Em caso de des­­con­tos sensacionais, fique com o pé atrás.

A indicação de produtos por sites de pesquisas de preços – como Buscapé ou Bondfaro –, não são garantia contra golpes.

Dê preferência a sites conhecidos e empresas que atuam tanto no mercado virtual quando no varejo tradicional.

Ao entrar no site, busque informações sobre a empresa, como endereço físico, telefones de contato e CNPJ.

Antes de concluir a compra faça uma pesquisa sobre a empresa para ver se ela é fonte de reclamações de consumidores. Nesse caso, Google, Procon, Reclameaqui e as redes de relacionamento – como Orkut, Facebook e Twitter – podem ajudar.

Dê preferência a formas de pagamen­­to como cartão de crédito – que pode ser cancelado em caso de problemas.

Nunca deposite dinheiro em contas correntes, principalmente em nome de pessoas físicas. Isso pode ser um forte indício de golpe.

Fonte: Procon-PR

Em pouca mais de um ano, os sites de compras coletivas – em que produtos e serviços são oferecidos com descontos que chegam a até 90% desde que determinado número de compradores seja atingido – se transformaram em uma verdadeira febre na internet. Dados do setor apontam para a existência de mais de mil sites do gênero no Brasil, administrados por grandes grupos multinacionais e também por empresas regionais, focados em consumidores de pequenas cidades do interior. Mas essa "corrida do ouro" requer atenção do consumidor, já que a novidade também abriu espaço para o surgimento de empresas voltadas à prática de golpes.

Uma empresa que opera o site www.familiaeletro.com.br pode ter lesado cerca de 130 pessoas com a venda de uma televisão de LCD de 42 polegadas, anunciada com um desconto de mais de 50%. O preço da oferta era de R$ 999, enquanto o preço de mercado do produto é de aproximadamente R$ 2,1 mil.

"Passado mais de um mês, a empresa não cumpriu o prazo de entrega, que era de uma semana. No início eles diziam que estavam passando por um problema de logística, o que parece estranho, já que o site continuou divulgando novas ofertas. Depois disseram que era um problema com o fornecedor. De uma semana para cá, deixaram de atender o telefone informado no site. Tudo indica se tratar de um golpe", conta uma consumidora, que preferiu não se identificar.

O analista de suporte João Paulo Lemos, administrador de uma comunidade sobre compras coletivas, afirma que o caso da Família Eletro é um dos tópicos mais comentados em uma rede de relacionamentos. "Cerca de dez compradores conseguiram, de fato, receber o televisor. Mas, segundo eles, o produto veio com a embalagem de uma grande rede de varejo, o que leva a pensar que essa é uma estratégia da empresa para tornar o site confiável com relatos de pessoas que compraram e receberam o produto", afirma.

O engenheiro Rodrigo Santos teve um prejuízo de R$ 1,7 mil. Ele comprou uma máquina de lavar pelo site CWB Eletro, que oferecia o produto com um desconto de cerca de 30% em relação ao preço de mercado. A empresa está sendo investigada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por prática de estelionato.

"A armadilha era o grande desconto no pagamento à vista. Costumo comprar muita coisa pela internet, como móveis para a casa, computador, televisão. Meu único problema foi há cerca de quatro anos, ao comprar um barbeador elétrico em um site que não conhecia. Mas o prejuízo foi de apenas R$ 60. Agora a situação é mais delicada", diz.

A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o caso e conseguiu o bloqueio da conta corrente da empresa, com o valor aproximado de R$ 90 mil. Estima-se que o CWB Eletro e outro dois sites registrados em Curitiba em nome de "laranjas", tenha lesado cerca de 300 consumidores em todo o país.

"Na melhor das hipóteses, em que a empresa é idônea mas, por uma questão de desorganização não entregou o produto ao cliente, se recomenda que o consumidor vá ao Procon. É possível garantir judicialmente o cumprimento forçado da oferta", explica a advogada do Procon-PR Cláudia Silvano. "Por outro lado, se a empresa sumir, caracterizando golpe, aí vira crime de estelionato." Neste caso, o consumidor deve ir à De­­legacia de Crimes Contra a Eco­­nomia e de Proteção ao Consu­­midor (Delcon) ou no Juizado Especial Cível. O procedimento pode ser feito na cidade em que a pessoa mora, mesmo que a empresa seja de outro estado – o domicílio do consumidor é considerado foro privilegiado.

A advogada orienta para que o consumidor desconfie de descontos muito grandes, principalmente em se tratando de produtos eletroeletrônicos. "Milagres, nestes casos, não existem. As empresas têm uma certa margem para praticar preços promocionais. Mas descontos fora da curva podem ser um indício de que há algo errado", afirma.

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