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A compra da participação da El Paso na usina UEG Araucária pela Copel deve atrasar pelo menos 15 dias. No memorando de entendimento assinado pelas duas empresas em fevereiro, estava previsto que o negócio seria fechado até 30 de abril, mas a tramitação do anteprojeto de lei que autoriza o negócio, enviado pelo governo do estado à Assembléia Legislativa há dez dias, deve se estender até a metade de maio.

Sem a aprovação dos deputados estaduais, a Copel não pode fechar negócio com a El Paso. De acordo com a assessoria de imprensa da estatal, a empresa norte-americana está acompanhando o andamento do projeto e vai dar mais prazo para a assinatura do contrato em que venderá para a companhia paranaense sua participação de 60% na UEG.

O governo do estado queria que o assunto fosse votado ainda nesta semana e apresentou uma proposta para que ele tramitasse em regime de urgência. A oposição barrou a idéia em uma votação ocorrida na segunda-feira. A liderança do governo na Assembléia, após estudar a possibilidade de reapresentar o pedido de urgência, decidiu que será melhor deixar o projeto passar normalmente pelas comissões até chegar em plenário, o que deve demorar de 15 a 20 dias.

Antes de ir a plenário, o projeto tem de passar pelas Comissões de Constituição e Justiça e de Finanças da Assembléia. Também será redigido um relatório pela Comissão de Fiscalização, que ouviu ontem a diretoria da Copel sobre a aquisição. Hoje, o presidente da companhia, Rubens Ghilardi, vai ao plenário para participar de uma audiência em que será discutido o negócio.

A Copel e deputados da base do governo argumentam que a compra da participação da El Paso na UEG por US$ 190 milhões será um bom negócio para a estatal porque acaba com um enorme passivo criado pelo acordo original entre as empresas. Em 2003, o governo do estado decidiu romper o contrato porque ele previa que a Copel teria de pagar pela compra de energia e pelo suprimento de gás natural, mesmo sem a usina ter entrado em funcionamento.

"Até dezembro de 2005 teríamos pago R$ 1,4 bilhão. Agora vamos pagar R$ 400 milhões", diz o deputado Rafael Greca (PMDB). Essa é a mesma avaliação do líder do PMDB na Assembléia, Antônio Anibelli, que vê poucos problemas na tramitação mais lenta do que o governo imaginava. "Existe certa pressa para votar o projeto porque a compra está sujeita a flutuações do câmbio, mas não deve haver surpresas em duas ou três semanas", diz.

Para a oposição, o tempo maior de tramitação será usado para discutir as razões da aquisição. "Não temos uma posição fechada", diz o líder da oposição Valdir Rossoni (PSDB). "Queremos entender por que uma usina que nunca funcionou será comprada pela Copel." O ponto que será mais ressaltado nas discussões, segundo Rossoni, é o fato de a estatal correr o risco de perder uma disputa em um tribunal arbitral de Paris. O processo, em que a El Paso pede US$ 1 bilhão por causa da quebra de contrato, seria extinto com a aquisição da UEG.

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