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Cleonice da Silva, funcionária do setor de delivery do Pão de Açúcar: os olhos do cliente na loja | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Cleonice da Silva, funcionária do setor de delivery do Pão de Açúcar: os olhos do cliente na loja| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Inovação

Supermercado também no celular

A aposta do Grupo Pão de Açúcar é levar a experiência das compras on-line para onde o consumidor estiver. A rede é a primeira do país a desenvolver plataformas de compras pela internet para dispositivos móveis, como celulares com o sistema Android e iPhones, iPod touch e iPads. Baixando o aplicativo da rede o usuário tem acesso às funcionalidades e serviços disponíveis no site, como busca de produtos, listas prontas, listas personalizadas, receitas e últimas compras realizadas, além de localizador para encontrar a loja mais próxima. "O investimento nas novas tecnologias procura traduzir a experiência da compra em outras plataformas, reforçando o caráter de conveniência. Não fazia sentido ficar de fora dos dispositivos móveis", diz o diretor de operações da rede Pão de Açúcar, João Edson Gravata. Para acessar o Pão de Açúcar Delivery Mobile o usuário deve baixar o aplicativo por meio da loja virtual disponível para cada um dos sistemas operacionais e se cadastrar. Para usuários de iPhone, iPod touch e iPad, o aplicativo poderá ser obtido gratuitamente na App Store, pelo próprio aparelho conectado à internet, ou pelo software iTunes, no Mac ou PC.

  • A chefe de cozinha Giovana Rosa garante: compra virtual evita a tentação de comprar
  • Veja o levantamento de preços nas quatro redes que oferecem compras on-line

Apesar de representar uma fatia mínima de tudo o que é vendido diariamente nos supermercados, algumas redes oferecem aos seus clientes a possibilidade de trocar o carrinho de compras pelo mouse. Assim, quem não tem tempo para ir até o estabelecimento ou enfrenta problemas de locomoção pode percorrer virtualmente todos os setores e gôndolas e receber as compras sem sair de casa, incluindo produtos perecíveis como hortifrutigranjeiros, carnes, peixes, fiambres e laticínios. A comodidade, no entanto, tem seu custo. Pesquisa realizada da Associação Brasileira de Direitos do Consumidor (Pro Teste) mostra que as compras de supermercado feitas pela internet são, em média, 4% mais caras que nos estabelecimentos, sem contar a taxa de entrega cobrada por algumas redes.

Além disso, aquela regra que diz que pesquisar preços é garantia de economia também vale para o mundo virtual. Um levantamento feito pela Gazeta do Povo, com base em uma lista de 35 produtos usada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) para acompanhar as oscilações de preços do setor, mostra uma diferença de 13,7% em relação ao valor final da compra nas quatro grandes redes que oferecem o serviço em Curitiba.

Mas quem já aderiu as compras virtuais garante não se importar em pagar um pouco mais pela comodidade do serviço. A chefe de cozinha Giovana Rosa conta que só vai ao supermercado – que fica a dois quarteirões de sua casa – , em casos de "emergência". "Quem tem criança pequena sabe o trabalho que é levá-las às compras. Pela internet, compro tudo assistindo tevê com minha filha, sentada no sofá, com o notebook no colo. Além disso, conta o fato de não ter que carregar as coisas ou enfrentar filas", justifica.

Segundo ela, fazer as compras on-line também traz um "benefício indireto". "Você evita de colocar aquelas ‘besteiras’ no carrinho só por impulso e acaba comprando apenas o que precisa", garante.

Para abastecer uma casa com cinco pessoas, a família gasta entre R$ 800 e R$ 1 mil por compra, com duas "idas" ao supermercado por mês.

O perfil socioeconômico da consumidora comprova dado apontado pelas redes de que o tíquete médio das vendas pela internet chega a ser, em média, de 8 a 10 vezes superior que as compras feitas nas lojas, o que deve estimular novos investimentos no setor.

De acordo com o superintendente da Associação Paranaense de Supermercados (Apras), Valmor Rovaris, as compras pela internet correspondem a cerca de 2% do volume de vendas dos estabelecimentos que oferecem a modalidade. Mas a tendência, avalia, é de que um número cada vez maior de redes passem a oferecer as vendas on-line a medida que a internet se torne mais popular e mais rápida. "Este é um segmento que vem crescendo de forma expressiva – cerca de 50% ao ano –, mas sobre uma base ainda muito pequena", diz Rovaris.

De acordo com o gerente de novos negócios e e-commerce da rede Walmart, Leandro Bassoi, o varejo on-line brasileiro ainda tem muito o que crescer se comparado com os mercados maduros. "Na Inglaterra, cerca de 20% dos consumidores usam o canal on-line para compras do dia a dia, enquanto na cidade de Nova Iorque esse índice chega a 52%", compara.

O grupo Walmart– que no Paraná opera as vendas pela internet sob a bandeira Mercadorama – prevê relançar o site de vendas do grupo com um novo sistema em 2011 e está preparando a expansão do canal on-line em todo o Brasil através das bandeiras regionais da marca.

Modus operandi

No caso do Pão de Açúcar, todos os pedidos on-line da rede são recebidos por e-mail pela loja do bairro Água Verde, que conta com uma equipe de cinco funcionários e dois motoristas dedicada exclusivamente às operações de delivery via internet. Ao receber a lista, um funcionário pega um carrinho e percorre a loja para selecionar os itens pedidos pelos clientes. "O papel do nosso time é o de fazer a escolha dos produtos com a mentalidade de que ele está substituindo o cliente no momento da compra. A orientação é: escolha os melhores produtos", garante o diretor de operações da rede Pão de Açúcar, João Edson Gravata.

Depois desse processo, os itens são encaminhados a um depósito e os congelados e resfriados são separados em um freezer, de onde só saem para ir para o caminhão de entrega, no horário agendado pelo cliente. "[O canal on-line] é um negócio que representa uma extensão do ponto físico, com a missão de oferecer aos clientes toda a praticidade e conveniência relacionadas à nossa marca."

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