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São Paulo e Brasília (Das agências) – Duas pesquisas divulgadas nesta terça-feira mostram que a crise política está tendo baixo reflexo na confiança do consumidor, mas os empresários estão mais pessimistas com relação aos efeitos sobre a economia.

Depois de quatro meses em queda, o nível de confiança do consumidor se manteve estável em julho. Em junho, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), calculado pela Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) havia atingido o nível mais baixo em nove meses. Em julho, o índice subiu 0,2% em relação a junho e ficou em 133,3 pontos. O indicador varia de zero a 200 pontos, apontando otimismo acima dos 100 pontos e pessimismo abaixo desse patamar. "Enquanto a crise não atingir o cerne do governo e a economia não mostrar sinais negativos evidentes, o consumidor não deve se mostrar tão pessimista", afirma Abram Szajman, presidente da Fecomercio, em nota distribuída pela entidade.

Em julho, aumentou o pessimismo entre os consumidores com renda superior a dez salários mínimos. Normalmente, essa faixa de renda é mais atenta aos reflexos da política na economia. Entre os consumidores de renda mais baixa, inferior a 10 salários mínimos, o otimismo continua e o índice aumentou 3,1%.

A pesquisa mostra ainda que as mulheres são mais influenciadas pelos fatores internos. A confiança entre as mulheres caiu 4,2% (para 130,4). A dos homens, no entanto, aumentou 5,2%. Segundo a Fecomercio, eles são mais suscetíveis às instabilidades internacionais.

Já o índice de confiança do empresário industrial divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) caiu pelo segundo trimestre consecutivo, atingindo em julho 50,7 pontos – queda de 5,1 pontos em relação a abril. Esse é o menor índice registrado pela CNI desde outubro de 2002. Em janeiro, o indicador estava em 64,9 pontos.

Segundo a CNI, valores acima de 50 pontos sinalizam confiança do empresariado. Ainda segundo a pesquisa, para os empresários a situação atual de sua empresa, da economia e do setor de atividade de atuação piorou nos últimos seis meses. Em relação à própria empresa, o indicador caiu de 48,3 pontos em abril para 44,9 pontos em julho. "A queda deve estar refletindo o ambiente de incertezas que tem dominado o setor político nos últimos dois meses e, de certo modo, a desaceleração da economia que ocorreu ao longo do primeiro semestre na esteira da alta dos juros", afirmou o coordenador da unidade de política econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.

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