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Rio de Janeiro – O consumo de energia elétrica cresceu 3,8% no Brasil em 2006, ritmo menor do que o registrado em 2005 (4,6%), segundo a Empresa de Planejamento Energético (EPE). Como aconteceu nos últimos três anos, a expansão da demanda superou – em 36% – a estimativa para a expansão do PIB no ano passado, que foi de 2,8%.

A desaceleração no consumo foi provocada pelo desaquecimento da economia, pela temperatura média mais baixa e melhor regime de chuvas. "Com menos calor, diminuiu o uso do ar condicionado e a chuva reduziu a demanda por irrigação", disse Maurício Tolmasquim, presidente da EPE.

O comércio e as famílias puxaram o consumo. Impulsionados pela aquisição de novos eletrodomésticos, os lares gastaram, em média, 3,9% mais energia. O comércio ampliou o consumo em 4,5%. Na indústria, a demanda subiu 3,6%.

A EPE prevê incremento no consumo de 5,3%, se o PIB crescer de 4% a 5%, mas o presidente da empresa disse que não há risco de apagão porque a demanda será suprida pela construção de usinas. Já o setor privado e especialistas não estão tão confiantes. Avaliam que atrasos nas obras por entraves ambientais e um crescimento mais acelerado podem complicar o suprimento a partir de 2010.

"É preciso acrescentar 4.000 MW de capacidade de geração ao ano para o PIB crescer 4%. Vejo em 2010 um "gargalinho’, resultado das dificuldades na área ambiental enfrentados pelas usinas licitadas a partir de 2004 e 2005", diz Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Para ele, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – que prevê R$ 274,8 bilhões para o setor energético – pode equacionar o problema, ao propor mudança na legislação ambiental.

No ano passado, o país consumiu mais energia do que na fase pré-racionamento, o que se repete desde 2004. Em 2000, ano anterior ao racionamento, a demanda somou 307.529 GWh. Em 2006, foi de 347.370 GWh. O número de consumidores cresceu em 2,078 milhões em 2006. Desse total, 29% corresponde a lares ligados à rede pelo programa Luz para Todos.

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