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Aquisições

Estatal vai comprar parques eólicos da Galvão Energia

O conselho de administração da Copel autorizou a empresa a comprar, por R$ 160 milhões, a carteira de parques eólicos da Galvão Energia e Participações, que soma 553 megawatts (MW) – potência equivalente a 10% dos atuais ativos de geração da empresa paranaense. Todos os empreendimentos estão instalados ou serão construídos no Rio Grande do Norte.

Em dois desses parques (São Bento e Cutia), a Copel já era sócia, com participação de 49,9%, e comprou os 50,1% restantes. O parque de São Bento já está pronto e teve sua energia negociada em leilão, mas depende da conclusão das linhas de transmissão para começar a operar. Os demais estão na fase de projeto.

A Copel também tem outros sete parques eólicos no Rio Grande do Norte. Adquiridos em meados do ano por R$ 286 milhões, eles terão potência total de 184 MW.

Leilão

Segundo a Copel, alguns dos projetos que serão comprados da Galvão estão habilitados a vender energia no leilão que o governo federal realiza hoje à tarde. A Copel também tinha interesse na concessão da hidrelétrica de São Manoel, em Mato Grosso, mas até ontem à noite o leilão dessa usina estava suspenso pela Justiça.

Também hoje, o governo vai licitar, a partir das 10h, quatro sistemas de transmissão nos estados de Minas Gerais, Rondônia, Maranhão, Piauí, Tocantins e Ceará. A estatal paranaense está habilitada a participar como sócia minoritária (49%) de um consórcio com a empresa privada Elecnor.

A Copel decidiu dar um desconto extra para o governo do estado, que lhe deve quase R$ 1,4 bilhão. O conselho de administração da estatal aprovou na quarta-feira uma nova proposta, apresentada pelo Executivo estadual, de pagamento antecipado de todo o saldo da Conta de Resultados a Compensar (CRC).

INFOGRÁFICO: Valor do programa de investimentos da Copel para 2014 é o maior da história da empresa

Essa dívida está sendo paga em parcelas desde 2005, e originalmente seria quitada em 2025. Seis meses atrás, a Copel aceitou receber o saldo antecipadamente com um desconto de 10%. Agora, está de acordo com uma redução de até 15%.

Em 30 de setembro, o débito do governo com a empresa era de R$ 1,378 bilhão – valor que, com o desconto, baixaria a R$ 1,171 bilhão. "O desconto não se reflete em saída efetiva de dinheiro do caixa da empresa. Na verdade, a companhia troca um ativo de longo prazo por 'dinheiro vivo', que pode ser investido em novos projetos", informou a Copel.

Para o governo, a vantagem da liquidação antecipada é se livrar de uma dívida cara. Em 2005, o governo se comprometeu a pagar a companhia em 244 prestações mensais, corrigidas pela variação do IGP-DI mais juros de 6,65% ao ano – soma que, no mês passado, resultou em uma taxa consolidada de 12,5% ao ano.

Para quitar seus débitos, o Executivo pretende tomar um empréstimo de US$ 577 milhões (R$ 1,3 bilhão) do Credit Suisse, com taxas que podem ficar abaixo de 7% ao ano. Além do juro mais baixo, o estado teria três anos de carência e um prazo de 15 anos para pagar o banco suíço.

Como não há previsão de liberação desse empréstimo, também não está definido quando o governo vai pagar a Copel. Por se tratar de um contrato internacional, o dinheiro do Credit Suisse só pode ser liberado com aval do Tesouro Nacional e, em seguida, do Senado. Ontem, o site do Tesouro informava que a análise do pedido foi concluída em 25 de novembro e que agora a instituição aguarda o "agendamento das negociações".

Compensação

A CRC é um mecanismo criado pelo governo federal em 1971 para compensar as companhias elétricas por congelamentos ou reajustes insuficientes das tarifas – o que ocorria, por exemplo, quando os preços da energia eram usados para controlar a inflação. Para garantir uma remuneração mínima às companhias, o governo gerava créditos na CRC. Como os direitos da Copel foram repassados ao governo estadual, ele passou a ser devedor da empresa.

Empresa planeja investir quase R$ 2,3 bilhões em 2014

O programa de investimentos da Copel em 2014, anunciado ontem, é de R$ 2,28 bilhões – valor que, se confirmado, será o maior da história da companhia. Mas ela não conseguiu executar todo o programado nos últimos anos. De 2010 a 2012, investiu em média 76% do planejado.

Segundo a empresa, quase 60% do montante previsto para 2014, pouco mais de R$ 1,3 bilhão, será aplicado na área de geração de energia, em duas hidrelétricas (Colíder, em Mato Grosso, e Baixo Iguaçu, no Paraná), duas linhas de transmissão e três subestações, entre outros investimentos. A área de distribuição receberá quase R$ 900 milhões, e o restante será aplicado na área de telecomunicações.

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