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ENERGIA

Copel sofre para concluir seu principal projeto de geração de energia

Hidrelétrica de Colíder, em Mato Grosso, deveria estar funcionando há dois anos, mas não será ligada antes de dezembro

Imagem ilustrativa do projeto da usina de Colíder, em Mato Grosso: hidrelétrica está em construção há quase seis anos. | Divulgação/Copel
Imagem ilustrativa do projeto da usina de Colíder, em Mato Grosso: hidrelétrica está em construção há quase seis anos. (Foto: Divulgação/Copel)

A Copel adiou mais uma vez o início das operações da usina de Colíder, em Mato Grosso, primeira hidrelétrica da empresa fora do Paraná e também seu maior projeto de geração dos últimos anos. Antes previsto para meados desde ano, o acionamento da primeira das três turbinas foi postergado para dezembro.

Veja quanto demorou a construção de três usinas da Copel

A causa, desta vez, está em problemas com uma das empresas do consórcio construtor, a Engevix. Envolvida na Operação Lava Jato e com dificuldades financeiras, a empreiteira vinha trabalhando em ritmo lento e pode deixar o empreendimento ainda nesta semana. A tendência é de que seja substituída por duas ou três empresas.

Decisões judiciais, protestos e fornecedores atrasaram a obra

Se confirmado o novo prazo, seis anos e nove meses terão se passado entre o começo da construção, em março de 2011, e a entrada em funcionamento da usina – que, pelo cronograma original, ocorreria no início de 2015. O atraso na entrega, portanto, será de quase três anos. As distribuidoras que compraram a produção de Colíder estão sendo supridas pela energia excedente de outras usinas da própria Copel.

Demora tão grande está fora dos padrões da companhia. A última hidrelétrica que ela concluiu – a usina de Mauá, em sociedade com a Eletrosul, ligada em novembro de 2012 – era pouco maior que Colíder e consumiu quatro anos e quatro meses de obras até a operação da primeira unidade geradora. Salto Caxias, a última usina de grande porte, começou a funcionar em fevereiro de 1999, quatro anos e um mês após o início da construção. Em termos de potência, ela equivale a quatro usinas de Colíder.

Embora a Copel esteja tocando um programa de investimentos – concluídos ou em execução – de R$ 2,6 bilhões em parques eólicos no Rio Grande do Norte, a usina mato-grossense é, isoladamente, seu maior empreendimento em andamento. Com potência de 300 megawatts, capaz de abastecer mais de 800 mil pessoas, a hidrelétrica consumiu pouco mais de R$ 2 bilhões em investimentos desde 2011.

Negociação

“A Copel não tem condições legais de tirar uma consorciada de um consórcio. O que fizemos foi conversar com as demais consorciadas e demonstrar a situação, digamos, perigosa que está ocorrendo, e recomendar providências, no sentido de negociar com a consorciada que não está trabalhando de forma adequada”, disse na sexta-feira (13) o presidente da divisão de geração e transmissão da Copel, Sergio Lamy. “As empresas já conversaram entre elas e com a Engevix, e tudo conduz para que na semana que vem [esta semana] se concretize a substituição.”

Estatal também enfrentou dificuldades em Baixo Iguaçu

Segundo Lamy, o consórcio provavelmente chamará duas ou três empresas para concluir as tarefas da Engevix. O fornecimento de equipamentos auxiliares elétricos e mecânicos está bastante adiantado, mas ainda há muito por fazer na montagem eletromecânica das unidades geradoras e na construção da linha de transmissão de 63 quilômetros que ligará a usina ao sistema elétrico.

À agência Reuters, a Engevix disse que o atraso em Colíder se deve ao “fornecimento de turbinas e geradores pela empresa argentina Impsa, que faz parte do consórcio construtor e está em processo falimentar”.

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