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Na ata da reunião anterior do colegiado de diretores do Banco Central (BC), a redução de 0,75 pp já havia sido sinalizada. A maioria dos analistas financeiros também manifestou a expectativa no boletim Focus, divulgado na última segunda-feira (16), pela autoridade monetária.

Foi a sexta redução consecutiva na taxa básica de juros desde o final de agosto do ano passado, quando a Selic estava em 12,5% e o Copom cortou 0,5 pp, dando início ao processo de afrouxamento da política monetária. A decisão dividiu a diretoria do BC à época e surpreendeu a maioria dos analistas financeiros, que apostavam na manutenção dos juros de então, depois de cinco altas, a partir de janeiro de 2011, quando a Selic estava em 10,75%.

Em seu comunicado, o Copom considerou que "neste momento, permanecem limitados os riscos para a trajetória da inflação".

O Comitê nota ainda que, até agora, dada a fragilidade da economia global, a contribuição do setor externo tem sido desinflacionária.

Agora, o mercado trabalha com a expectativa de que o BC mantenha a Selic estável pelo resto do ano, do modo a avaliar os efeitos dos juros mais baixos em um ambiente sem pressões inflacionárias, apesar das preocupações com a crise econômica internacional. A leitura mais aprofundada do cenário econômico interno e externo, no entanto, só será conhecida com a divulgação da ata da reunião na próxima quinta-feira (26).

Repercussão

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) comemorou a decisão e disse que o Banco Central "acertou mais uma vez". "A combinação de inflação em queda persistente e a permanência de um quadro de estagnação na indústria abrem espaço para uma política monetária mais ativa", diz nota da entidade.

A Confederação avalia que não há motivos para preocupação sobre os efeitos da desvalorização do câmbio na inflação e destaca que "a retração nos preços dos produtos industriais e a desaceleração dos preços dos alimentos, assim como nos administrados, devem garantir uma inflação anual próxima ao centro da meta". Mas destaca que é necessário criar estímulos à expansão da oferta interna para enfrentar, em melhor situação, os produtos estrangeiros.

Já a Força Sindical, considerou a redução da taxa Selic "extremamente tímida". Em nota assinada pelo deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), a entidade afirma que foi uma "queda conta-gotas" e que "o Banco Central perdeu uma ótima oportunidade para fazer uma drástica redução na taxa básica de juros, que poderia funcionar como um estímulo para a criação de novos empregos e para o aumento da produção no país".

A nota afirma que "os juros altos sangram o país e inviabilizam o desenvolvimento". A Força Sindical lembra que o mercado de trabalho tem diminuído o ímpeto de geração de empregos, ao mesmo tempo em que a indústria tem piorado seu desempenho nos últimos meses. "Mais uma vez o Banco Central frustra os anseios dos trabalhadores", critica a entidade.

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