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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou, nesta quarta-feira (18), a taxa básica de juros da economia de 10,50% para 10,75% ao ano. A decisão de elevar a Selic em 0,25 ponto percentual foi por unanimidade. O último reajuste ocorreu em agosto de 2022.
É o primeiro aumento feito no terceiro mandato do presidente Lula (PT). A reunião desta semana foi a primeira realizada após o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, ser indicado pelo petista à presidência do Banco Central.
O mercado financeiro já estimava que a Selic passaria por uma alta em razão do patamar da inflação, apesar da deflação de 0,02% registrada em agosto, e da expectativa acima da média para o IPCA.
Em nota, o BC afirmou que o "conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho tem apresentado dinamismo maior do que o esperado, o que levou a uma reavaliação do hiato para o campo positivo".
Para o colegiado, a decisão "é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante". O Copom apontou que o aumento da taxa básica de juros "implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego".
Além disso, alertou que o ritmo de ajustes e a "magnitude total do ciclo ora iniciado" dependerão da "evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos".
O último reajuste ocorreu em agosto de 2022, quando a Selic subiu de 13,25% para 13,75% ao ano. A taxa de juros foi mantida neste patamar por um ano. Depois, passou por seis cortes de 0,5 ponto percentual e um corte de 0,25 ponto percentual. Nas últimas duas reuniões, o colegiado manteve Selic em 10,50% ao ano.
Agora, o BC considerou que o aumento era necessário diante do "cenário, marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, demanda uma política monetária mais contracionista".
Impacto do cenário internacional
Mais cedo, o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, cortou os juros de referência do país em 0,50 ponto percentual, para o intervalo de 4,75% a 5% ao ano. Essa foi a primeira redução feita pelo Fed desde março de 2020.
A taxa de juros de referência estava na faixa de 5,25% a 5,5% desde julho de 2023, a mais alta desde janeiro de 2001. O Copom destacou que o "ambiente externo permanece desafiador, em função do momento de inflexão do ciclo econômico nos Estados Unidos".
O órgão regulador americano agora está "mais confiante de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção a 2%" e considera que os riscos para atingir suas metas de emprego e inflação "estão mais ou menos equilibrados", embora "as perspectivas econômicas sejam incertas". (Com Agência EFE)