Os juros que os produtores rurais vão pagar pelos financiamentos de custeio 6,75% são menores que os praticados na última década. No entanto, há produtores optando por investir mais recursos do próprio bolso.
"O produtor precisa ter recursos suficientes e na hora certa. Entretanto, se puder evitar financiamento, é melhor. O crédito é bom, mas acaba saindo caro no final das contas", afirma o produtor Nelson Paludo, de Toledo (Oeste).
Ele considera que, quando não pode pagar, o agricultor precisa alongar a dívida e assume juros por um período maior. Além disso, argumenta, tomar dinheiro emprestado demanda tempo e trabalho. "É preciso, muitas vezes, pagar para que alguém levante toda a documentação necessária."
Paludo conta que, neste ano, ao invés de 80%, como de costume, vai financiar 50% do plantio. Em cultiva 270 hectares com milho (30%) e soja (70%) no verão. Para isso, afirma, está adiando a compra de máquinas novas.
Em parte, essa estratégia surge pelas próprias dificuldades enfrentadas todo ano no início das liberações, relata. Até ontem, por exemplo, ainda havia médios produtores com dificuldade para financiar custeio e maquinário através do Proger. Segundo os bancos, os problemas, relacionados à fonte de recursos, o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), já tinham sido resolvidos.
Uma das principais reivindicações dos produtores, a redução da burocracia para a tomada de financiamentos, só deve ser atendida a partir do próximo anos. Eles reivindicam o crédito rotativo, para não ter mais de apresentar os mesmos documentos todos os anos aos bancos. A idéia, que ainda vem sendo discutida entre instituições financeiras e governo federal, é estabelecer um limite para cada produtor. Quem tem limite de R$ 200 mil por safra e deve R$ 50 mil, poderia tomar automaticamente mais R$ 150 mil. (JR)
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